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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Agressão de policiais contra estudantes da UFMT
(8mar2013)

Mais um acontecimento que somente vem corroborar a instalação a passos largos, em nosso país, da criminalização de movimentos sociais. Os estudantes da UFMT protestavam, no dia 6 de março último, contra o fechamento de 50 vagas de moradia estudantil decidido pela Reitoria da UFMT. A reitora, Maria Lúcia Cavalli Neder, em seu segundo mandato, evita comentar o cerne da reivindicação dos estudantes repetindo um bordão de que a UFMT tem a melhor política de assistência estudantil do país. A grande mídia tratou da agressão, mas, ao invés de apresentar e explicitar as reivindicações dos estudantes, dá destaque ao discurso oficial da reitoria, mascarando o real problema. Ou seja, a reitoria desalojou os estudantes carentes e não preparou com antecedência qualquer alternativa para sanar o problema que ela mesma criou.

Aí os prejudicados protestam, e com toda a razão.

Abaixo, o vídeo postado no Youtube que mostra o ocorrido na Av. Fernando Correia da Costa, num dos vértices do campus de Cuiabá da UFMT:




Rotam dispara balas de borracha e prende alunos da UFMT que protestavam contra fechamento de CEUs na Fernando Corrêa

Por Bruna Pinheiro, publicado no sítio No Poder
Fonte: Jornal A GAZETA

Confronto fere 10 estudantes


Fotos de Reprodução Internet

Seis estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foram presos durante uma manifestação contra a decisão da reitoria da universidade em fechar as 5 Casas de Estudantes Universitários (CEUs). Os manifestantes bloquearam uma das pistas da avenida Fernando Corrêa da Costa na tarde desta quarta-feira (06). Policiais militares agiram no local para liberar o trânsito na região. Além das 6 prisões, mais de 10 estudantes foram atingidos por disparos de balas de borracha feitos por policiais da Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM).

Com gritos de “estudante na rua, reitora a culpa é sua” e “tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a educação” a manifestação foi organizada por alunos da UFMT que moram nas Casas de Estudantes Universitários (CEUs), localizadas nas proximidades da universidade. De acordo com eles, a reitora Maria Lúcia Cavalli, tomou a decisão de fechar as casas sem comunicá-los previamente do fato. Além disso, alegam também que souberam que o contrato feito entre a universidade e as casas alugadas havia sido encerrado por meio dos próprios locatários e não através da UFMT.

A estudante de Comunicação Social, Celly Alves Silva, 22, é moradora há 2 anos de uma das 5 CEUs, localizada no bairro Boa Esperança. Segundo ela, são antigos os problemas no local, entre eles, a falta de assistência a problemas da casa. Ela conta que ao todo, são 50 estudantes morando nas CEUs, sendo um grande número vindo de outras cidades do Estado e do país.

“Para os estudantes, a Casa é um ponto mais seguro para morar. Muitos são de fora de Cuiabá, não conhecem a cidade direito, estudam à noite, ou seja, morar perto da UFMT é sem dúvida, o melhor para eles. Agora, sem a Casa, a maioria não sabe nem para onde ir”.

As CEUs são casas alugadas pela UFMT que servem de moradia para estudantes que solicitarem uma vaga. O local é destinado, preferencialmente, para alunos de baixa renda e de fora de Cuiabá, que não têm como se manter financeiramente na cidade. Além das 5 Casas com capacidade para 50 estudantes, a universidade oferece também a Casa do Campus, localizada dentro da instituição, com 64 vagas.

Em um comunicado aos estudantes, a reitoria Maria Lúcia Cavalli, sugeriu aos moradores das CEUs que fossem para a Casa do Campus. Porém, de acordo com eles, no momento o local está com quase todas as vagas ocupadas. O que significa que não abrigaria os 50 estudantes que ficarão sem moradia.

As irmãs Natália Michele, 24, e Patrícia Carla Filoso, 28, são de São Paulo e moram na Casa do Campus . Elas afirmam que é impossível que todos consigam se alojar no local. Além do espaço ser pequeno, não há vagas para todos.

“É um absurdo que uma instituição com mais de 10 mil alunos, atenda menos de 1% dos que precisam de casas de estudantes.

Onde moramos já é difícil pelo tamanho da casa, imagine com mais 50 pessoas tendo que se alojar. É mais do que necessário uma ampliação no número de casas e de vagas também”.

Manifestação -Por volta das 13h30 desta quarta-feira (06), os 50 estudantes partiram do Restaurante Universitário (RU) localizado dentro da UFMT rumo à avenida Fernando Corrêa da Costa. De acordo com um deles, ao longo dos últimos dias, os estudantes tentaram uma reunião com a reitora Maria Lúcia Cavalli para tratar do fechamento das CEU’s, porém, não conseguiram ser ouvidos.

Cavalli justificou a medida para atender uma decisão da Controladoria Geral da União (CGU), que é contrária ao princípio de licitação de casas de estudantes realizado pela UFMT. Policiais militares acompanharam a manifestação. Em seguida, agentes da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) entraram em ação, disparando contra os estudantes que tinham em suas mãos cartazes, faixas e câmeras digitais que registraram todo o conflito.

A cena assustou quem passava por perto e deixou muitos estudantes feridos e com marcas de violência. Havia manchas de sangue espalhadas no local. Os vídeos foram divulgados em redes sociais logo após o conflito, causando a indignação de muitas pessoas. Os 6 estudantes presos foram levados para o Cisc Planalto. Os feridos foram encaminhados para o Pronto-Socorro de Cuiabá. Para o chefe de operação da PM, capitão Vieira, a medida foi necessária, uma vez que os manifestantes se recusaram a liberar a pista, atrapalhando o tráfego e causando um congestionamento.

“Nós conversamos com eles, demos mais alguns minutos para continuarem a manifestação e saírem, mas eles não nos atenderam. A intervenção foi realizada para que o trânsito pudesse ser liberado”.

Após a confusão, os estudantes se dirigiram até a reitoria da UFMT, cobrando uma posição da universidade sobre o caso. Em reunião com o vice-reitor João Carlos de Souza Maia, os manifestantes exigiam providências da instituição quanto aos estudantes presos e feridos pela Polícia durante o conflito. Um dos estudantes disse que a universidade era também responsável pelo ocorrido, por não ter atendido antes às reivindicações e por não ter feito nada para protegê-los.

O vice-reitor afirmou que a universidade é contra qualquer tipo de atitude de violência e atestou que a instituição irá fazer o possível pela liberação dos estudantes. Quanto ao fechamento das CEUs, João Carlos, garantiu que nenhum aluno da UFMT ficará desamparado. Segundo ele, além das vagas disponíveis na Casa do Campus, a universidade poderá futuramente oferecer outras casas alugadas para abrigá-los.

>>> Outro lado - A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que uma viatura da polícia foi acionada pela reitoria da UFMT ao saber da manifestação e que os policiais tinham como objetivo desobstruir o congestionamento na avenida por conta dos manifestantes. Os policiais tentaram um acordo com os estudantes, mas não tiveram êxito. Foi em uma tentativa de retirada dos manifestantes que as equipes da ROTAM intervieram. De acordo com o órgão, a Rotam é a unidade especializada para atender este tipo de ocorrência. Segundo relatos dos agentes presentes na ação, os disparos só aconteceram após a insistência dos estudantes em continuar na avenida. Eles informaram também que 2 policiais foram atingidos por pedradas.

Quanto às denúncias dos estudantes sobre os excessos por parte dos agentes, a assessoria de imprensa garantiu que a unidade tomará as providências necessárias para apurá-los.

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