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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Folha tenta se explicar
(27dez2012)


Por Emir Sader no sítio Carta Maior

Os órgãos da imprensa brasileira não podem fazer suas histórias, tantos são os episódios, as posições, as atitudes indefensáveis deles ao longo do tempo. Suas trajetórias estão marcadas pelas posições mais antipopulares, mais antidemocráticas, racistas, golpistas, discriminatórias, de tal forma que eles não ousam tentar contas suas histórias.

Como relatar que estiveram sempre contra o Getúlio, pelas políticas populares e nacionalistas dele? Como recordar que todos pregaram o golpe de 1964 e apoiaram a ditadura militar, em nome da democracia? De que forma negar que apoiaram entusiasticamente o Collor e o FHC e fizeram tudo para que o Lula não se elegesse e se opuseram sempre a ele, por suas políticas sociais e de soberania nacional? Nos três momentos mais importantes da história brasileira, a mídia estava do lado golpista, do lado das elites, contra o povo e a democracia.

Entre eles, o jornal dos Frias, um dos que mais tem a esconder do seu passado e do seu presente. Uma funcionária da empresa há 24 anos, que fez sua carreira profissional totalmente na empresa, sem sequer conhecer outras experiências profissionais, que já ocupou vários cargos na direção da empresa, decidiu – ou foi decidida – a escrever uma espécie de história ou de justificativa da empresa dos Frias.

O livro foi publicado numa coleção da empresa. A funcionária se chama Ana Estela de Sousa Pinto e o livrinho tem o titulo Folha explica Folha. Mas poderia também se intitular Folha tenta se explicar, em vão.

Livro mais patronal, não poderia existir, até porque quem o escreve não tem a mínima isenção para analisar a trajetória da empresa da qual é funcionária. Começa com uma singela apresentação histórica das origens da empresa. De resgatável, uma citação do editorial de apresentação do primeiro jornal da empresa, que se diz como um jornal “incoerente” e “oportunista”, numa visão premonitória do que viria depois. Nada do que é relatado considera a historia como elemento constitutivo do presente. São informações juntadas, num péssimo estilo de historiografia que não explica nada.

Logo no primeiro grande acontecimento histórico que a empresa vive, sua natureza política já aflora claramente: apoio a Washington Luís e oposição férrea a Getúlio, tudo na ótica que perduraria ao longo do tempo: “a defesa dos interesses paulistas” ou do interesse das elites, revelando a função da imprensa paulista: passar seus interesses pelos de São Paulo.

Naquele momento se tratava de defender os interesses da lavoura do café. Para favorecer aos fazendeiros em crise, a empresa aceitava o pagamento de assinaturas em sacas de café, revelando a promiscuidade entre o jornal e o café.

De forma coerente com esse anti-getulismo em nome dos interesses de São Paulo, a empresa se alinha com a “Revolução Constitucionalista” de 1932, contra a “ditadura inoperante, obscura e inepta em relação ao Estado de São Paulo”. O estado é sempre a referência, sinônimo de progresso, de liberdade, de democracia. O anti-getulismo é visceral: “O diretor Rubens Amaral levava seu anti-getulismo ao extremo de impedir que os filhos saíssem de casa quando o ditador (sic) visitava São Paulo. “’Dizia que o ar estava poluído’, conta sua filha mais velha.”

Esse elitismo paulistano fez, por exemplo, que o Maracanaço de 1950 só fosse noticiado na terça-feira, na pagina 4 do caderno “Economia e Finanças”.

A autora tenta abrandar as coisas. Afirma que “A posição da Folha foi oscilante ao abordar o governo de João Goulart (1961-64) e a ditadura que o sucedeu.” Mentira, o jornal fez campanha sistemática pelo golpe militar.

Bastaria ela ter se dado ao trabalho de ler os jornais daquela época.

Encontraria, por exemplo, no dia 20/3/1964, a manchete: “São Paulo parou ontem para defender o regime”. E, ainda na primeira pagina: “A disposição de São Paulo e dos brasileiros de todos os recantos da pátria para defender a Constituição e os princípios democráticos , dentro do mesmo espírito que ditou a Revolução de 32, originou ontem o maior movimento cívico em nosso Estado: “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade”. E vai por aí afora, reproduzindo exatamente as posições que levaram ao golpe. Editorial de primeira página vai na mesma direção.

Bastaria ler alguns dos jornais desses dias e semanas, para se dar conta da atitude claramente golpista, mobilizadora a favor da ditadura militar, pregando e enaltecendo as “Marchas”. Nenhuma oscilação ou ambiguidade como, de maneira subserviente, a autora do livrinho sugere.

A transformação da Folha da Tarde num órgão diretamente vinculado à ditadura militar e a seus órgãos repressivos, o papel de Carlos Caldeira, sócio dos Frias, no financiamento da Oban, assim como o empréstimo de veículos da empresa para dar cobertura à ações terroristas da Oban, são coerentes com essas posições.

De Caldeira, ela não pode deixar de mencionar que “tinha afinidade com integrantes do regime militar e era amigo do coronel Erasmo Dias”. “Caldeira não era o único com conexões militares. Na redação da empresa havia policiais civis e militares, tanto infiltrados como declarados – alguns até trabalhavam armados.”

Sobre o empréstimo dos carros à Oban, a autora tenta aliviar a responsabilidade dos patrões, mas fica em maus lençóis. Há os testemunhos de Ivan Seixas e de Francisco Carlos de Andrade, que viram as caminhonetas com logotipos da empresa estacionadas várias vezes no pátio interno na fatídica sede da Rua Tutoia. Só lhe resta o apelo às palavras do então diretor do Doi-Codi, major Carlos Alberto Brilhante Ustra – condenado pela Justiça Militar como torturador - que “nega as afirmações dos guerrilheiros”. Bela companhia e testemunha a favor da empresa dos Frias, que a condena por si mesma.

Já um então jornalista da empresa, Antonio Aggio Jr. “reconhece o uso de caminhonete da empresa por militares, mas antes do golpe”. Dado o precedente, ainda na preparação do golpe, nada estranho que isso tivesse se sistematizado já durante a ditadura. Fica, portanto, plenamente caracterizado tudo o que diz Beatriz Kushnir no seu indispensável livro “Cães de Guarda”, da Boitempo, significativamente ausente da bibliografia do livro, sobre a conivência direta da empresa dos Frias na ditadura, incluído o empréstimo das viaturas para a Oban.

Editorial citado confirma a posição da empresa: “É sabido que esses criminosos, que o matutino (Estado) qualifica tendenciosamente de presos políticos, mas que não são mais do que assaltantes de bancos, sequestradores, ladrões, incendiários e assassinos, agindo, muitas vezes, com maiores requintes de perversidade que os outros, pobres-diabos, marginais da vida, para os quais o órgão em apreço julga legítimas toda promiscuidade.” (30/6/1972)

Assim os Frias caracterizam os que lutaram contra a ditadura. Fica plenamente caracterizado que a empresa estava totalmente do lado da ditadura, reproduzindo os seus jargões e a desqualificação dos que estavam do lado da resistência.

Passando pelo apoio ao Plano Collor, a empresa saúda a eleição de FHC como a Era FHC, com um caderno especial, assumindo que se virava a pagina do getulismo, para que o Brasil ingressasse plenamente na era neoliberal. Do anti-getulismo a empresa passou diretamente para o anti-lulismo – posição que caracteriza o jornal há tempos -, sempre em nome da elite paulista. A Era FHC acabou sem que o jornal tivesse feito sequer uma errata e nem se deu conta que a nova era é a Era Lula.

A decadência da empresa não consegue ser escondida. Depois de propalar que tinha chegado a tirar 1.117.802 exemplares em agosto de 1994, 18 anos depois, com todo o aumento da população e da alfabetização, afirma que tira pouco mais de 300 mil, para vender muito menos – incluída ainda a cota dos governos tucanos.

Ao longo dos governos FHC e Lula, a empresa foi sendo identificada, cada vez mais, com órgão dos tucanos paulistanos, seus leitores ficaram reduzidos aos partidários do PSDB, sua idade foi aumentando cada vez mais e o nível de renda concentrado nos setores mais ricos.

A direção do jornal, exercida pelos membros da família Frias nos seus cargos mais importantes, tendo a Otavio Frias Filho escolhido por seu pai para sucedê-lo, cargo que ocupa já há 18 anos, por sucessão familiar.

Apesar de querer explicar a Folha, a impossibilidade de encarar com transparência sua trajetória, o livro se revela uma publicação subserviente aos proprietários da empresa, oficialista, patronal, que reflete o nível a que desceu a empresa ao longo das duas ultimas décadas.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A decadência das redes sociais
(26dez2012)


Por Maurício Caleiro, publicado em Cinema & Outras Artes

Em um país em que a mídia corporativa encontra-se, há décadas, concentrada na mão de meia dúzia de famílias caricaturalmente conservadoras e aliadas aos interesses das elites, a blogosfera e as redes sociais logo se afiguraram como meio alternativo de informação, de exercício do debate democrático e, eventualmente, da militância política.

Foi a atuação de cidadãos e cidadãs, nos últimos dez anos, que acabou por gerar um verdadeiro fluxo de contrainformação, desmentindo factoides criados pela mídia e desvelando episódios risíveis como a da bolinha de papel que atingira o candidato José Serra, na penúltima de suas tantas derrotas eleitorais.

As redes sociais transformaram-se num campo de batalha permanente – e, se um dia foi possível acessar o Twitter ou o Facebook e deparar-se, em poucos segundos, com um punhado de links sugestivos e dois ou três debates instigantes, hoje o que se vê, na seara da política, são subcelebridades e anônimos se digladiando, seja através de farpas e indiretas, seja via os cada vez mais frequentes ataques frontais, que não levam a nada, interditam o debate político e só constrangem aqueles que esperam respirar um pouco de inteligência nas redes sociais.

Não estou falando dos trolls que durante tanto tempo prestaram serviços ao PSDB e nem sequer do embate entre os simpatizantes dos tucanos e aqueles que apoiam o PT. Chegamos a um ponto em que o debate é entre figuras que se dizem de esquerda, mas que, seja apoiando incondicionalmente o PT ou se colocando contra tudo o que o PT faz, se comportam como Stalin redivivo.

É um debate muito pobre, esse, entre os chamados governistas e os antigovernistas.

Para os primeiros, Lula é o Deus encarnado e a administração Dilma é uma perfeição, a despeito das privatizações vergonhosas para um governo que se elegeu com um discurso antiprivatização, da total falta de diálogo com os movimento sociais, da repressão a greves com uma truculência só vista no regime militar, das ameaças constantes aos direitos indígenas e trabalhistas, do anacronismo no trato com questões caras à bancada evangélica, como aborto e união civil homossexual, do PIB a 1%, da prioridade à educação só da boca para fora. Fingem achar normal que Haddad se alie com Maluf e que Kassab, um dia após ser derrotado numa campanha em que os próprios petistas o qualificaram como "higienista" e "fascista", seja recebido com tapete vermelho pelo partido. Para tais governistas, o pragmatismo tudo justifica. O que vale é o poder.

Para os que a estes se opõem, Dilma é a Porca e vale tudo para atacar o governo. Vibram com o julgamento do mensalão, fingindo não ver os desatinos apontados por juristas do quilate de Bandeira de Mello, Konder Comparato e Dalmo Dallari. Enchem a boca para criticar as alianças governamentais, fingindo hipocritamente não saber que, no sistema político brasileiro, não há como governar sem tecer amplas alianças partidárias. Não reconhecem nenhum mérito no governo, sequer nas políticas sociais que tiraram quase 40 milhões de pessoas da pobreza e criaram uma nova classe de cidadãos e consumidores. Pouco importa para eles que, em plena crise econômica mundial, os índices de desemprego sejam os menores da série histórica e os salários apresentem inédito ganho real. Não têm vergonha de fazer eco à pior direita para defenestrar o governo que odeiam.

Se o embate entre um e outro grupo se desse no plano das ideias, das confrontações programáticas, do debate em busca de um consenso, talvez fosse possível aturar, tomando um Sal de Frutas por dia, esse binarismo cego. Como ele se dá através de provocações pré-adolescentes, desqualificações grosseiras, xingamentos e demais baixarias, acompanhá-lo, nas redes sociais, tornou-se um martírio em que se assiste a uma baixaria digna dos piores programas mondo cane da TV, em relação aos quais as redes sociais foram, um dia, uma opção inteligente e mais divertida.

Assim se comportando, tais figuras fazem o jogo da mídia corporativa, que há tempos se esmera em afirmar que a internet e as redes sociais são o território de ninguém, dos ataques agressivos, da não-razão - uma falsa assertiva que tem como premissa a suposição de que o jornalismo profissional das mídias seria o locus da razão, da argumentação e do equilíbrio.

Em um cenário que passou a ser dominado, recentemente, por listas apócrifas no pior estilo macartista, por ameaças de processo jurídico a granel e por agressões machistas grosseiras, quem não se identifica com nenhuma das extremidades acima elencadas, e acredita ser possível manter uma postura crítica acerca do governo Dilma, sem deixar de reconhecer seus eventuais méritos - apoiando-o ou não - vivemos agora, nas redes sociais, o pior dos mundos.

Falo a partir de uma perspectiva pessoal, é claro, mas tenho a impressão de que tem muita mais gente saturada desse ambiente em que adultos se comportam como colegiais exaltados, de estilingue e mamonas à mão, e que gostaria de ver restabelecido o diálogo civilizado e politicamente construtivo nas redes sociais.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

É pouco antes do amanhecer que
a noite parece mais escura
(20dez2012)


O destino dos reis

Por Miguel do Rosário, reproduzido do blog DoLaDoDeLá


A última patacoada do STF, produzindo uma crise entre os poderes, me fez pensar o seguinte: a observação diária da política brasileira é uma atividade psicologicamente desgastante. Não seria melhor deixarmos pra lá? Não seria melhor deixarmos que os debates políticos seguissem sem a interferência nossa, nós, os liliputianos das redes sociais? Afinal, o que ganhamos com isso a não ser insultos públicos lançados pela grande mídia? Merval Pereira, por exemplo, volta meia tenta mexer com nossos brios, ao descrever o movimento antihegemônico da blogosfera como fruto de mais um mensalão petista. Um ministro do Supremo, Gilmar Mendes, abriu processo contra um dos nossos, o querido ator José de Abreu. E os homens mais ricos e poderosos do país perseguem nossas modestas lideranças, que são os blogueiros que mais acessamos e gostamos, tentando lhes destruir a golpes de chicanas jurídicas.

De vez em quando, passaríamos a vista, furtivamente, na capa dos jornais; mas não arriscaríamos nossa paz de espírito numa briga de gigantes que parece se dar tão longe do cidadão comum.

A sensação é de total desamparo. Temos um Congresso acovardado, um STF reacionário, uma mídia extremamente agressiva e conservadora, um Executivo ausente e silencioso.

Culminando esse processo, ainda temos que lidar com uma nova modinha nas redes. Figuras posudas, uns por ingenuidade, outros por arrogância, todos por vaidade, tentam chamar a atenção elegendo a blogosfera “progressista” como inimiga, sondando-lhe os mínimos tropeços para lhe causar danos. Estes formam uma espécie de quinta-coluna: travestem-se de esquerda – de preferência ultra-esquerda – para melhor servir ao status quo. Compreende-se, embora não se perdoa. Sua postura lhes franqueia espaços na mídia, ou lhes granjeiam migalhas de popularidade na web.

Não faríamos nada disso, naturalmente, não fossem as compensações de ordem espiritual; ou para usar um termo mais republicano, compensações de ordem moral e cívica. É um tanto inexplicável, isso. Por outro lado, é algo perfeitamente lógico. Afinal, não haveria nenhuma demanda por democracia não possuíssemos, no interior de nós mesmos, este anseio por interferir e controlar nosso próprio destino, não apenas individualmente mas também socialmente.

Ah, a blogosfera. Já nasceu decadente, esfarrapada, irritadiça, cansada! E no entanto, incrivelmente, tornou-se a última aldeia gaulesa à resistir ao império romano! Com blogs mal diagramados, gerenciados na maioria por indivíduos com escassos conhecimentos tecnológicos, com designs cafonas, poluídos por cores berrantes, propagandas inúteis (que não dão um centavo) e quase sempre anunciando, com ingenuidade inacreditável, suas preferências partidárias – eis a “rede de blogs” onde desembocam as derradeiras esperanças do espírito democrático!

Não há como negar o heroísmo da empreitada!

Agora, por exemplo, lidamos com aquele que, talvez, seja nosso maior desafio: entender os últimos movimentos do xadrez político. A oposição conservadora-midiática, depois de perder muitas peças com a derrota eleitoral no ano passado, sobretudo em São Paulo, conseguiu mobilizar um poderoso ataque ao instrumentalizar o julgamento do mensalão e seduzir a maioria dos ministros do STF.

O editorial da Folha, criticando o STF nessa última decisão, de cassar o mandato de parlamentares, não passa de jogo de cena. O texto é confuso justamente por isso. Uma crítica superficial, motivada antes pelo receio de que, algum dia, o STF se insurja contra aliados, do que por uma preocupação genuína com a quebra de um princípio basilar da nossa democracia: a soberania do povo, que se corporifica na inviolabilidade do mandato de um parlamentar.

Alguns lançam ataques vulgares. “O Congresso estará desmoralizado se houver ali um representante condenado pela justiça! Como explicar para o homem comum que um preso possa ao mesmo tempo ser deputado federal!”

Ora, agora mesmo Elio Gaspari – que joga em todos os times – nos contou que, recentemente (em 1998), a justiça americana autorizou o condenado a prisão domiciliar Jay Kim, que era deputado federal nos EUA, a apenas sair de casa para ir ao Congresso, portando uma tornozeleira eletrônica! Na eleição seguinte, foi cassado, como deve ser, pelos eleitores. A informação de Gaspari, para início de conversa, desmente a grosseira observação de Joaquim Barbosa, quando rebateu Lewandowski, dizendo que isso jamais aconteceria nos EUA, porque, em virtude do poder dos “meios de comunicação”, o parlamentar condenado renunciaria antes.

O medo dos ministros do STF e da mídia é que algum parlamentar condenado use a tribuna para atacar a lisura e imparcialidade do julgamento do mensalão. Entretanto, esta tribuna foi concedida aos representantes do povo justamente para isso: para que falem, para que expressem ideias que, erradas ou não, são o que de melhor possuímos para avaliar a opinião soberana da população brasileira.

A impressão que temos é que eles ganharam essa batalha. Talvez tenham ganho mesmo. A paranoia em torno da criação de uma frente golpista formada por mídia e judiciário, as únicas duas grandes instâncias de poder que não são mediadas pelo sufrágio universal, apenas se agravou.

Permitam-me, todavia, repetir um clichê: é pouco antes do amanhecer que a noite parece mais escura. A vitória deles foi pírrica, porque se desgastaram enormemente, enquanto nós, os liliputianos, ganhamos força. E a nossa miséria, por sua vez, ganhou uma nova injeção de nobreza, porque cresceu a nossa consciência sobre ela. Como dizia Pascal: “O homem sabe que é miserável. Ele é, pois, miserável, de vez que o é; mas é bem grande, de vez que o sabe.”

A gente agora tem uma consciência agudamente dolorosa sobre nossa miséria, porque é realmente uma miséria que o voto de mais de 140 milhões de eleitores de repente não valha mais que a opinião arbitrária, truculenta e anticonstitucional de meia dúzia de ministros do Supremo Tribunal Federal. Deparamos com uma terrível falha democrática, e teremos desde hoje que lidar com mais esse perigo, com mais esse adversário da vontade soberana do povo. Porque um STF autocrático é como um rei absolutista. Se tivermos a sorte de haver juízes bons e comprometidos com a democracia, bem estar social, harmonia entre poderes e estabilidade política, nada melhor do que um STF ultrapoderoso. Se calhar termos juízes corruptos, incompetentes ou manipuláveis por uma mídia antitrabalhista, veremos o desenvolvimento do mais refinado e canalha golpe de Estado da modernidade. Os exemplos de Honduras e Paraguai nos mostram que esse tipo de golpe consegue, facilmente, afirmar-se moral e politicamente, em vista dos apoios que recebe dos poderosos conglomerados midiáticos latinos e do ultrabilionário conservadorismo norte-americano.

Por isso, não adianta tentarmos nos consolar com a esperança que Dilma indicará um juiz melhor que os anteriores. O problema não é sobre o caráter em si dos juízes e sim amarrar o destino de uma democracia aos altos e baixos de indivíduos que não passaram pelo crivo salutar do sufrágio. Temos que ampliar e oxigenar o STF. Adaptá-lo a uma democracia que é hoje quatro ou cinco vezes maior do que há quarenta anos. É preciso discutir como aperfeiçoar o STF, como deixá-lo mais democrático, fazer com que se torne o que deve ser: uma instância em prol da democracia, e não um órgão frágil, facilmente instrumentalizado por chantagens, ameaças e demais armas de persuasão de grupos de mídia.

Nada mais divertido (embora trágico), portanto, que esse golpe, gestado conscientemente por um lado, mas sobretudo sem que os próprios protagonistas tenham noção exata do que fazem (visto que se trata de um movimento natural dessa força escura, brutal e totalitária que movimenta o capitalismo), nada mais curioso que um punhado de blogueiros, com seus exércitos de talentosos comentaristas, intervenha e atrapalhe seu desenvolvimento. A explicação é que a força da blogosfera não reside em seus frágeis atores, mas na justiça histórica que torna sua existência necessária. Quanto mais o golpismo midiático se fortalece, mais se fortalecerá a sua sombra: o antigolpismo democrático. É uma lei acima inclusive das leis, porque fundamentada na fome de independência e liberdade do espírito humano, e não numa sempre precária constituição escrita. Eles podem aplicar os golpes que quiserem. Haverá sempre resistência. O destino dos reis é perderem suas cabeças.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O momento é de cautela, para que
não se perca o bom caminho
(18dez2012)


Por Aquiles Lazzarotto

Eu não quero me furtar a tratar do tema candente dos dias de hoje, a decisão do STF de tomar para si uma atribuição que a Constituição Federal confere ao Congresso Nacional ao decidir, por 5 votos a 4, pela cassação dos políticos condenados na Ação Penal 470.

Muitas das reações na blogosfera são iradas, exigindo atitudes imediatas e enérgicas tanto do Executivo quanto do Legislativo.

Sou levado a pensar que nossos governantes têm informação mais qualificada do que a nossa sobre os subterrâneos da política. Reações destemperadas são tudo o que querem os interessados em desestabilizar o país. A mídia nadaria de braçada sobre um suposto "autoritarismo" governamental. É claro que o faria fechando os olhos para o que foi esse espetáculo midiático e antijurídico encenado no STF. O STF agiu, segundo muitos especialistas em Direito, como um tribunal de exceção. Ministros do STF chegaram a agir como FHC, com postura do tipo "esqueçam tudo o que escrevi".

Os ocupantes do Executivo Federal certamente são muito bem assessorados e devem estar debruçados sobre o desenrolar dos acontecimentos. A eles cabe manter as necessárias serenidade e sagacidade para não entregar o país em mãos que estão se coçando para tomar o poder contornando o difícil obstáculo das urnas.

Há que se zelar pela segurança de uma população que assiste a tudo confiante de que o país está melhor, e confiante, também, na direção que escolheu. Os escolhidos para a governança precisam encontrar o caminho mais adequado para levar a bom termo este imbroglio, sem, no entanto, abrir mão do respeito pleno ao Estado Democrático de Direito.

Que o STF extrapolou suas atribuições, isso parece claro. Até a grande mídia, que vinha ovacionado esses mesmos ministros, está reagindo com cautela ante o fato de o STF se proclamar como o poder mais alto da República. As consequências que podem advir disso são levantadas em vários blogs, pensando-se em quando outras instâncias do Poder Judiciário começarem, também, a deliberar com base na jurisprudência criada pelo STF.

Por isso reforço que não é o momento de se pensar com o fígado, sob pena de muitas das, ou todas as, conquistas democráticas até aqui construídas ruírem, abrindo espaço para interesses bem menos nobres relativamente à população brasileira.

Nunca me esqueço de que o Brasil é um país extremamente rico em recursos naturais e em energia. Isso aguça interesses estrangeiros, Isso aguça a sede de acumulação do capital. Interesses estrangeiros e do capital não têm consideração pelas pessoas. O deus Mercado é totalmente despido de misericórdia e de valores éticos ou humanistas.

Mas o brasileiro tem uma riqueza que ninguém lhe pode roubar. É daquelas riquezas que a traça não rói e nem se deteriora com o tempo. Somos um povo fraterno em essência. O brasileiro médio não é egoísta, sovina ou presunçoso. No entanto, o povo brasileiro gosta de, e requer, respeito ao seu processo de crescimento, tanto no caminho da distribuição mais equânime de riquezas quanto no amadurecimento de suas estruturas democráticas.

O brasileiro é pacífico, sim. Mas não é bobo. Esse tempo de idolatrar valores estrangeiros já passou. O brasileiro está aprendendo a se amar, a se valorizar e a valorizar seu jeito diferente de ser e de estar no mundo.

Uma sociedade de matadores
(18dez2012)


Por Mauro Santayana (destaques meus)

Uma sociedade que envia seus jovens ao mundo inteiro para matar, em nome dos negócios, não pode espantar-se com os massacres de seus adolescentes e suas crianças, como o de Columbine, e o de anteontem, em Newtown, em Connecticut. Muito da cultura norte-americana tem sido, desde a guerra deliberada contra os índios e o avanço para o Oeste, uma cultura da morte. Para formar exércitos de assassinos, é necessário adestrar seus possíveis integrantes para matar sem vacilações. Para isso é preciso criar os mitos, como os do heroísmo, da coragem, da ousadia, da força física, da astúcia dos predadores,  contra os povos indefesos do mundo inteiro. É preciso reduzir o homem ao réptil que foi na origem dos tempos.

Ao mesmo tempo, essa sociedade tem dado ao mundo excepcionais pensadores, escritores e cineastas que, de certa forma, procuram compensar a brutalidade construída para a defesa dos poderosos titãs das finanças e das corporações industriais que, há mais de cem anos, vem conduzindo a economia e a política internacional, em seu proveito.

A ideia de matar é estimulada nos americanos desde a infância. Na adolescência, a arma de fogo, para muitos, é símbolo da masculinidade. E esse apego à violência e ao sangue tem sido exportado ao mundo inteiro pela sua fantástica indústria do entretenimento, na literatura, no cinema e, mais recentemente, nos jogos eletrônicos e nos enlatados da televisão.

A intimidade com o sentimento da morte gera também o medo, o pânico, e a vontade paranoica do suicídio. Todos os massacres nos Estados Unidos, e os que se repetem, por emulação, quase sempre terminam com a morte ou o suicídio dos assassinos.

O massacre de sexta-feira foi o mais pavoroso dos últimos anos. Como lembrou o presidente Obama, as crianças jamais conhecerão a adolescência, a alegria do amor da paternidade e da maternidade. Morreram por nada e, por nada, morreu o assassino.

Não há mais, no mundo, espaço para a segurança e a paz. A pequena cidade onde houve a tragédia era um oásis de sossego em Connecticut, um pequeno estado da Nova Inglaterra preferido por intelectuais e artistas americanos. Nos últimos dez anos, de acordo com as notícias, nela só houve um homicídio.

Preocupam-se muitos em salvar os animais em extinção, como os primatas, as serpentes, os tigres. É bom que sejam salvos: habitam o nosso mesmo mundo. Mas o homem já se encontra em extinção há muito tempo, esvaziado que se encontra do humanismo que o distinguia da vida selvagem. Estamos voltando à pré-história, mas dotados de fuzis, metralhadoras, mísseis e armas nucleares.

Ainda estamos chorando as crianças mortas, mas se o mundo continuar assim, de nossos olhos não descerão mais as lágrimas do sofrimento.

Carta do Recife ao senhor Barack Obama,
Presidente dos Estados Unidos
(18dez2012)


Carta divulgada em Viomundo.

Eu assinei e trago a petição aos meus leitores para, se assim o quiserem, subscrevê-la. Se cada um der um pouquinho de sua força, a somatória disso pode ser uma força suficientemente grande para efetuar mudanças, mesmo que inicialmente essas mudanças pareçam ser impossíveis. Somos cidadãos do mundo e, como tais, podemos nos manifestar sobre quaisquer questões que considerarmos relevantes.
Nós, abaixo-assinados, brasileiros, intelectuais, médicos, advogados, artistas, parlamentares, escritores, militantes de direitos humanos,  trabalhadores em geral, reivindicamos a libertação dos cidadãos cubanos Antonio, Fernando, Gerardo, Ramón e René, presos em manifesta injustiça nos Estados Unidos, pelo governo Bush desde 1998, e, até a presente data, mantidos privados de liberdade pelo seu governo, Presidente Obama.
Como é do conhecimento e clamor universal, cinco cidadãos cubanos estão arbitrariamente presos nos Estados Unidos, cumprindo elevadas penas. Nenhum deles cometeu um só crime ou atentou contra o governo ou povo dos Estados Unidos.  Pelo contrário, eles nada mais fizeram a não ser procurar impedir, em território estadunidense, ações terroristas contra o povo cubano. A prisão desses patriotas é uma injustiça que se comete não somente contra Cuba, mas contra os povos do mundo que se encontram irmanados na preocupação que têm com a sorte de cinco injustiçados.
Senhor Presidente Obama, o que os cubanos ora condenados, à revelia até do devido processo legal dos Estados Unidos, fizeram foi exercer o legítimo direito, consagrado nos costumes de todos os povos civilizados, de impedir ações de terroristas contra uma nação soberana e independente, cujo poder vem da expressa vontade popular.
Julgamos ser incompreensível e inaceitável que uma Nação, que se proclama liderança mundial na luta contra o terrorismo e seguidora dos direitos humanos, mantenha presos cinco patriotas que nada mais ambicionaram que procurar evitar atos terroristas contra o próprio país. Enquanto esses cinco antiterroristas cumprem penas, Senhor Presidente, muitos terroristas que já cometeram inúmeros atentados contra Cuba e são responsáveis por dezenas de mortes, como no caso dos 73 passageiros do avião cubano que explodiu na costa de Barbados em 1976, numa ação terrorista de Luiz Posada Carrilles e outros criminosos,   continuam a circular livres nos Estados Unidos.
Acreditamos ser próprio de um detentor do Nobel da Paz a sensibilidade para este clamor de justiça que ora lhe dirigimos. E por não perdermos a esperança na paz e na boa vontade, que devem existir entre todas as pessoas do mundo, subscrevemo-nos.
Recife, 17 de dezembro de 2012.
Para apoiar o abaixo-assinado, CLIQUE AQUI.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Golpistas privatizam o Paraguai
(16dez2012)


Por Altamiro Borges (destaques meus)

Na terça-feira passada, um protesto convocado por entidades estudantis e sindicatos dos professores reuniu milhares de pessoas em Assunção. A manifestação teve como eixo central a denúncia do governo golpista do Paraguai, “presidido” por Federico Franco, que enviou recentemente ao Congresso Nacional um projeto de lei que privatiza todo ensino público do país. A mídia brasileira, que apoiou o “golpe constitucional” na nação vizinha, simplesmente escondeu o gigantesco protesto.

O projeto de privatização do ensino já foi aprovado no Senado e tramita na Câmara dos Deputados – as duas casas são controladas por forças direitistas e foram responsáveis pelo golpe relâmpago que destituiu o presidente Fernando Lugo, em junho deste ano. A nova lei também prevê o aumento das mensalidades pagas nas instituições privadas de ensino. Durante o protesto, realizado em frente ao Congresso Nacional, os trabalhadores na educação também denunciaram que os salários do setor estão atrasados há três meses.


Os retrocessos neoliberais

Na mesma terça-feira, em Santa Maria, no estado de Misiones, organizações de trabalhadores rurais realizaram uma marcha contra o fim dos direitos conquistados no governo de Fernando Lugo. Os golpistas do Paraguai têm promovido acelerados e graves retrocessos nas políticas agrária e agrícola, reforçando o domínio dos latifundiários. Os ruralistas tiveram papel ativo no golpe de junho, criando um clima de terror no campo contra a reforma agrária, e agora estão sendo agraciados pelo “presidente” Federico Franco.

Desde o golpe, o Paraguai se tornou num paraíso dos ricaços. Como relata o jornal Hora do Povo, “Franco realizou amplas concessões antipopulares para as multinacionais. Entre as quais, ele submeteu a produção de sementes de soja a Monsanto e o monopólio de exploração do petróleo para a Dahava Petróleos”. O país caminha para o abismo. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), ele sofrerá retração de -1,8% em seu PIB neste ano, um dos piores resultados da América Latina.


Merval Pereira e Álvaro Dias

Os neoliberais nativos – como o “imortal” Merval Pereira (Globo) e o exótico senador Álvaro Dias (PSDB-PR) –, que deram total apoio aos golpistas, agora estão em silêncio. Eles nada falam sobre as regressões políticas e sociais no país vizinho, nem sobre as lutas deste sofrido povo. Eles são cúmplices da barbárie em curso no Paraguai. Ninguém pode esquecer!

Vocês nem começaram a ver tudo
que está reservado para vocês
(16dez2012)



Miguel

Canalizado por Ron Head
Em 15 de dezembro de 2012


Antes de começarmos hoje, vamos dizer a todos que estão sofrendo por causa de sua conexão à perda de tantas crianças pequenas que elas estão conosco e estão sendo muito bem cuidadas.

Nós oferecemos nosso conforto para todos que o pedem.

Nós entendemos sua dor e lhes desejamos paz ao saber do retorno delas para casa.

Agora começamos por lhes destacar, apesar de sabermos que é totalmente desnecessário, que restam somente cinco dias para a sua atual "era".

Em menos de uma semana vocês entrarão na sua Era de Aquário.

Vocês passarão uns poucos momentos em alinhamento direto com o plano galáctico.

Vocês receberão a maior inundação de luz e informação de sua experiência terrena inteira e vocês serão mudados para sempre.

Nós falamos de vocês, o indivíduo, e também de toda consciência em seu planeta, seu próprio planeta, e porque tudo é Unido, nada permanecerá não afetado.

Entendam que sua experiência pessoal e consciência disto será exatamente aquilo que vocês são capazes de experimentar, nem mais, nem menos.

Nós lhes pedimos: NÃO se permitam julgar isto como bom ou ruim.

Muitos ficarão surpresos com o que veem, ouvem, sentem ou entendem.

Muitos mais dispensarão um tempo "molhando os pés" na nova consciência.

E muitos correrão para proclamar isto: "Viram? Não aconteceu nada!"

Somente se responsabilizem por si mesmos.

Afinal, esta é a única coisa que vocês podem controlar.

Nós sugerimos que vocês comecem agora a se abrir na intenção sincera de receber o que está reservado para vocês com a mais profunda gratidão.

Nós prometemos que será mais do que vocês imaginam.

Mais do que uns poucos de vocês já está tendo a experiência de sentir o surgimento das mudanças entrantes.

Para vocês nós dizemos: vocês nem começaram a ver o que está reservado para vocês.

Conversaremos de novo antes do dia.

Que a paz e a tranquilidade estejam com vocês agora.

Bom dia.


Copyright © Ronald Head. Todos os direitos reservados.
Você pode copiar e redistribuir este material contanto que não o altere de nenhuma forma, que o conteúdo permaneça completo e inclua esta nota de direito e o link:
http://oraclesandhealers.wordpress.com/
Tradução: Blog SINTESE http://blogsintese.blogspot.com/
Respeite todos os créditos

Pesquisas revelam que maioria vê
imprensa como partido político
(16dez2012)


Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania


Nos últimos dias, duas pesquisas de opinião (do Ibope e do Datafolha) sobre quem é quem hoje na grande política nacional revelaram um quadro de polarização e de cristalização de posições políticas entre a sociedade, com vantagem renitente para os atuais detentores do poder federal, que, nessas pesquisas, aparecem com popularidade inabalada.

Mas, apesar da reiterada pregação desta e de tantas outras páginas da internet e de pequenos exércitos de militantes virtuais no sentido de que seria “inútil” a campanha da grande imprensa contra Lula, PT e – por tabela – Dilma Rousseff, as pesquisas revelam que, cada um a seu modo, direita e esquerda têm – ou pensam que têm – razão em suas táticas atuais.

Ter razão, claro, no sentido de que ambos os lados confiam em suas estratégias com base em elucubrações racionais e amplamente discutidas internamente. É, pois, ingenuidade achar que a passividade do PT e a virulência da oposição midiática derivam de não saberem o que estão fazendo.

Não há bobinhos no Palácio do Planalto; não há bobinhos no PT; não há bobinhos no PSDB e tampouco há bobinhos na Globo, na Folha, na Veja ou no Estadão. A forma como agem – ou reagem, conforme o lado – ao jogo político é produto de intensa reflexão, de sondagens do eleitorado e de sólidas teorias políticas.

Então você dirá, leitor petista, que a perenidade da aprovação de Lula, Dilma e PT revelada pelas pesquisas mostra que ao menos do lado da direita midiática, se não há “bobinhos”, há dementes, pois quanto mais batem nos petistas mais eles se fortalecem perante a opinião pública. E, em alguma medida, pode estar certo. Mas não totalmente.

Vejamos o que acontece do outro lado. As lideranças e os militantes da direita midiática serão tão alucinados que não enxergam que foi inútil tudo o que fizeram de agosto para cá, desde o início concomitante da campanha eleitoral de 2012 e do julgamento do mensalão?

Nem a militância destro-midiática é alucinada nem foi inútil sua campanha anti-Lula, anti-PT e – sempre por tabela – anti-Dilma. Já conversei com muitos desses militantes e sei por que persistem na artilharia incessante contra esses três eixos da situação hoje no Brasil, mas nem precisaria.

Todos se lembram da pregação de dona Judith Brito no Instituto Milenium no sentido de que cabia à imprensa fazer oposição ao governo federal, explicando que a debilidade da oposição, decorrente do desenvolvimento econômico e social do país, requeria o concurso dos meios de comunicação para evitar a “hegemonia lulopetista”.

Para quem não sabe, em entrevista ao jornal O Globo, em 2010, no âmbito da campanha eleitoral à Presidência da República, a presidente da Associação Nacional de Jornais e executiva da Folha de S. Paulo, Maria Judith Brito, fez a seguinte declaração:
“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo”
Leia agora, abaixo, comentário do verbete “Partido da Imprensa Golpista” na Wikipedia.
“A declaração de Maria Judith Brito foi bastante criticada por repórteres e intelectuais, bem como por autoridades ligadas ao governo. As críticas focaram no aparente reconhecimento de que a imprensa estaria, de fato, assumindo um papel de oposição.
Em artigo publicado na Carta Maior, Jorge Furtado afirmou que a presidente da associação teria assumido que a grande imprensa do país virou um ‘partido político’ e a criticou por não questionar a ‘moralidade de seus filiados [ao] assumirem a ‘posição oposicionista deste país’ enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo’
Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, fez crítica semelhante, afirmando que ‘o risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se associam para agir como um partido político’.
O ministro Paulo Vannuchi, titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, também criticou a declaração, afirmando que a imprensa ‘vem confundindo um papel que é dela — informar, cobrar e denunciar — com o papel do protagonismo partidário’.
Washington Araújo, no Observatório da Imprensa, questiona: ‘será papel dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil, seja de situação ou de oposição? (…) Em isso acontecendo… não estaremos às voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria esta uma gigantesca deformação do rito democrático?’”
Você pode concordar ou discordar da posição da grande imprensa brasileira – ou de seus maiores componentes –, mas não se pode discordar de que há uma lógica no que faz. Vamos a ela.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Relator da ONU critica jornal Folha
de S. Paulo por censura a blogue
(15dez2012)


Frank de la Rue disse 'não entender' porque a direção do jornal se irritou com blogue de paródia Falha de S. Paulo, fora do ar há dois anos, nem porque a Justiça acatou ação contra iniciativa

Por: Tadeu Breda, da Rede Brasil Atual
   
São Paulo – Em visita extraoficial ao país, o relator especial das Nações Unidas para Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, Frank de la Rue, criticou hoje (13) o jornal Folha de S. Paulo e a Justiça brasileira pelas ações judiciais que há dois anos tiraram do ar o blogue Falha de S. Paulo. O site foi criado em 2010, durante as últimas eleições presidenciais, para criticar o que seus autores consideravam uma "partidarização excessiva" do diário mais influente do Brasil.

Ao saber da iniciativa, a direção da Folha não gostou e processou os proprietários do blogue: pediu uma multa de R$ 10 mil por dia em que a página permanecesse no ar. A Justiça assentiu com a sanção financeira, mas a reduziu para R$ 1 mil diários. E concedeu uma liminar ao jornal cassando o domínio da Falha na internet – que desde então, e menos de um mês depois de ser criada, deixou de existir.

"É interessante essa ironia que vocês fizeram com Folha e Falha", pontuou De la Rue, "porque uma das formas de jornalismo mais combatidas hoje em dia, e que deve ser defendida, é o jornalismo irônico, burlesco." O relator da ONU comparou as penas judiciais sofridas pelo blogue Falha de S. Paulo, no Brasil, aos ataques que o jornal dinamarquês Jyllands-Posten e seu cartunista, Kurt Westergaard, sofreram em 2006 após publicarem uma charge de Maomé. A caricatura trazia o profeta maior do Islã com uma bomba no turbante, e provocou manifestações violentas em países muçulmanos – inclusive tentativas de assassinato do desenhista.

"Achei a charge bastante ruim, no sentido mais político da palavra: não era um momento oportuno, nem a forma oportuna de provocar", ponderou, "mas nunca irei censurar uma caricatura ou uma publicação irônica." Frank de la Rue lembrou ainda que o jornal norte-americano The New York Times já sofreu no passado sátiras semelhantes à Falha (uma página chamada Not New York Times) e não acionou judicialmente seus críticos. "É o mais lógico", avaliou. "A ironia é uma forma de expressão legítima. Não entendo porque a Folha de S. Paulo se incomodou com a iniciativa nem porque os juízes, pior ainda, aceitaram a ação. É terrível."

Marinaleda, uma cidade cooperativa -
Novas formas de sociedade
(15dez2012)

Do blog DOCVERDADE

(Portugal, 2012, 26 min.)

Marinaleda [Espanha], essa cidade existe. Depois de ocupações, prisões e muito suor, um grupo de sem terras conseguiu exigir reforma agrária numa terra que antes era de apenas 4 pessoas. Essa cidade é a mais socialista das cidades espanholas. Há mais de 30 anos o povo elege o mesmo prefeito. O resultado é que num país onde a crise e o desemprego atingiu quase todas as famílias, em Marinaleda a taxa é quase zero, assim como a criminalidade. Não há policia nas ruas e a prestação das casas é de apenas 15 euros (a média espanhola é de 1000 euros), pois todos participam da construção da própria casa. A creche custa 2 euros ao mês e não há fila de espera. Os principais atos de gestão são decididos através de Assembleias Populares, a forma mais autêntica de democracia direta. Esta cidade é a prova que o capitalismo está ruindo e que novas formas de sociedade têm que surgir. (docverdade)

O ódio tentará até as últimas energias
obter vitória sobre o Amor
(15dez2012)


Próximo capítulo do livro “Brasil, Terra de Promissão” (na íntegra em pdf AQUI), publicado em 1969, ditado pelo espírito de Ramatis e psicografado por América Paoliello Marques.

O sumário do livro é apresentado a seguir, com os links referentes às partes já postadas neste blog:


Prefácio de Ramatis (ver AQUI)


I – PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA
1. Origens étnicas (ver AQUI)
2. Desenvolvimento histórico (ver AQUI)
3. Características coletivas (ver AQUI)
4. Composição espiritual (ver AQUI)
5. Lutas de formação (ver AQUI)
6. Amálgama espiritual (ver AQUI)

II – REALIZACÃO
1. Herança espiritual (ver AQUI)
2. Liderança (ver AQUI)
3. Consolidação (ver AQUI)
4. Obstáculos (ver AQUI)
5. Realização (ver AQUI)
6. Harmonia (ver AQUI)

III - CONSEQÜÊNCIAS PARA A HUMANIDADE
1. Virtude e cristianização (ver AQUI)
2. Abertura dos canais espirituais (postagem de hoje)
3. Tradição e fraternidade
4. Paraíso terrestre
5. Trampolim espiritual
6. Desligamento gradativo

IV – CONCLUSÃO
1. Testemunhos valiosos
2. Mensagem de esperança
3. Exortação
4. A Fraternidade do Triângulo, da Rosa e da Cruz (FTRC) e seu Trabalho na Terra


III – Consequências para a humanidade


2 – Abertura dos canais espirituais



PERGUNTA — Lamentamos que o Brasil faça sua "estreia" na liderança mundial numa época tão conturbada. Que significa, dentro do drama mundial que viveremos, essa "Abertura dos canais espirituais"?

RAMATIS — Significa a porta única por onde, ainda, na Terra, será possível canalizar Amor espiritual sobre os homens e que será formada através dos canais espirituais constituídos pela aura do povo brasileiro.


PERGUNTA — Não compreendemos perfeitamente. Se, de acordo com o que já foi profetizado, a dor se abaterá em grande escala, sob a forma de guerras e catástrofes, sobre toda a Humanidade, acreditamos que onde ela se fizesse mais intensa aí a misericórdia do Senhor seria mais fortemente sentida. Estaremos errados?


RAMATIS — Sim e não. Onde a dor se abater mais fortemente o Senhor já estará fazendo baixar Sua misericórdia, pois ela representa a correção automática dos erros praticados e mesmo as comoções geológicas sofrem um determinismo psíquico. Não vos escandalizeis. A vida é espírito e a matéria não é senão consequência do espírito. Os homens não sofrerão indiscriminadamente a influência dos elementos em fúria. O reencarne obedece a uma lei. Há uma previsão "palpável", por assim dizer, aos espíritos capazes de auscultar em grande escala as forças geológicas, e que são produto do psiquismo ou aura da Terra. As zonas mais afetadas pelo negativismo terreno serão zonas de depuração, aonde os mais necessitados serão conduzidos para eliminarem, coletivamente, a desarmonia acumulada em suas próprias auras. Essa eliminação será feita, simultaneamente, pelas mesmas descargas que se farão sentir no psiquismo humano e terráqueo.

O magnetismo terrestre, hiperativado em choques sucessivos, funcionará como os remoinhos na água, atraindo ao centro do vórtice negativo os elementos necessitados da consumição áurica das forças contrárias ao progresso. O Senhor não destinará ninguém ao fim trágico; os próprios espíritos dos homens já se imantaram ao torvelinho que lhes esteja consoante às necessidades cármicas.

A misericórdia do Senhor é inalterável. Atrai a si, permanentemente, aqueles que a Ele se imantam por força de suas próprias predileções.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

UFMT: Chapa 1 vence eleição da ADUFMAT
e derrota chapa do PROIFES
(14dez2012)


Meus votos de muito sucesso para a nova direção da ADUFMAT (Seção Sindical na UFMT do Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN). Que bom que, mesmo por uma margem apertada e com uma abstenção elevada de votantes, finalmente os professores podem retomar esse espaço como realmente um espaço sindical, voltado a discutir e lutar pelos professores, sem alinhamentos prévios com A ou B, quando  A ou B são alheios ao campo dos trabalhadores.

Iuhuuuuuuuuuu! Maravilha!!!!

Aquiles Lazzarotto


Do blog Movimento Rumo ao Socialismo

No dia 13 de dezembro ocorreram as eleições para a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso. Duas chapas pleitearam o sindicato: a chapa 1 composta por professores que estiveram na maior greve do funcionalismo público e a chapa 2 composta por professores que defenderam nas assembleias a posição do governo.

A chapa 1 “Quero ouvir tua voz apesar dessas barras pelaí!” teve apoio da Intersindical por ser a chapa que defendeu na prática os três segmentos da universidade: estudantes, professores e técnicos. A chapa 1 obteve 202 votos; a chapa 2 obteve 193.

A vitória da chapa 1 demonstrou a insatisfação dos docentes frente a posição do Governo Federal que atuou de forma arbitrária durante a greve dos professores, em que o mesmo, não negociou com a categoria, além de interferir nas mobilizações utilizando o PROIFES (federação criada pelo próprio governo) com o objetivo de amortecer e enfraquecer as mobilizações dos docentes.

O resultado das eleições da ADUFMAT e a retomada do DCE pela esquerda nesse ano mostram que os segmentos estão se colocando em movimento em defesa da universidade pública e de qualidade, derrotando a burocracia sindical e estudantil.

Confira o resultado das urnas:

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Para os que não sabem do que eles são capazes
(13dez2012)

Do blog DoLaDoDeLá


Fui levado do presídio Tiradentes para a "Operação Bandeirantes", OB (Polícia do Exército), no dia 17 de fevereiro de 1970, 3ª feira, às 14 horas. O capitão Maurício veio buscar-me em companhia de dois policiais e disse: "Você agora vai conhecer a sucursal do inferno". Algemaram minhas mãos, jogaram me no porta-malas da perua. No caminho as torturas tiveram início: cutiladas na cabeça e no pescoço, apontavam-me seus revólveres.

Preso desde novembro de 1969, eu já havia sido torturado no DOPS. Em dezembro, tive minha prisão preventiva decretada pela 2ª auditoria de guerra da 2ª região militar. Fiquei sob responsabilidade do juiz auditor dr. Nelson Guimarães. Soube posteriormente que este juiz autorizara minha ida para a OB sob “garantias de integridade física”.

Ao chegar à OB fui conduzido à sala de interrogatórios. A equipe do capitão Maurício passou a acarear-me com duas pessoas. O assunto era o Congresso da UNE em Ibiúna, em outubro de 1968. Queriam que eu esclarecesse fatos ocorridos naquela época. Apesar de declarar nada saber, insistiam para que eu “confessasse”. Pouco depois levaram me para o “pau-de-arara”. Dependurado nu, com mãos e pés amarrados, recebi choques elétricos, de pilha seca, nos tendões dos pés e na cabeça. Eram seis os torturadores, comandados pelo capitão Maurício. Davam-me "telefones" (tapas nos ouvidos) e berravam impropérios. Isto durou cerca de uma hora. Descansei quinze minutos ao ser retirado do "pau-de-arara". O interrogatório reiniciou. As mesmas perguntas, sob cutiladas e ameaças. Quanto mais eu negava mais fortes as pancadas. A tortura, alternada de perguntas, prosseguiu até às 20 horas. Ao sair da sala, tinha o corpo marcado de hematomas, o rosto inchado, a cabeça pesada e dolorida. Um soldado, carregou-me até a cela 3, onde fiquei sozinho. Era uma cela de 3 x 2,5 m, cheia de pulgas e baratas. Terrível mau cheiro, sem colchão e cobertor. Dormi de barriga vazia sobre o cimento frio e sujo.

Na quarta-feira fui acordado às 8 h. Subi para a sala de interrogatórios onde a equipe do capitão Homero esperava-me. Repetiram as mesmas perguntas do dia anterior. A cada resposta negativa, eu recebia cutiladas na cabeça, nos braços e no peito. Nesse ritmo prosseguiram até o início da noite, quando serviram a primeira refeição naquelas 48 horas: arroz, feijão e um pedaço de carne. Um preso, na cela ao lado da minha, ofereceu-me copo, água e cobertor. Fui dormir com a advertência do capitão Homero de que no dia seguinte enfrentaria a “equipe da pesada”.


Sobre a foto de Dilma e Joaquim Barbosa
no velório de Niemeyer
(13dez2012)


Por Paulo Nogueira, no sítio de Luís Nassif

Uma coisa é certa: a foto não vai para o álbum de nenhum dos dois.

De uma coisa não se pode acusar Dilma: de hipocrisia. É flagrante, é torrencial, é irreprimível o mal estar que a figura de Joaquim Barbosa provoca nela, como mostra a foto que o fotógrafo Gustavo Miranda, da Agência Globo, captou no velório de Oscar Niemeyer.

É o olhar de alguém que está oscilando entre o desprezo e o ódio, e que provavelmente se tenha visto na contingência de calar o que sente.

Que detalhes conhecerá Dilma das andanças de Barbosa por apoio político para ser nomeado para o STF?  Ou será que ela não perdoa o que julga ser deslealdade e ingratidão de JB perante o homem a quem ambos devem o cargo, Lula?

Interessante examinar o rosto de JB no encontro. Ali está um sorriso de quem espera aprovação, compreensão, atenção – ou pelo menos um sorriso de volta, ainda que protocolar e falso.

Mas não.

O que ele recebe de volta é um olhar glacial, uma mensagem clara da baixa opinião de Dilma sobre ele. Parece estar acima das forças de Dilma fingir que não sente o que sente, ainda que por frações de segundo. A fotografia não vai para o álbum de lembranças de nenhum dos dois.

A franqueza por vezes desconcertante é uma característica de quem, como ela, não fez carreira na política. Fosse uma política, esta foto não existiria, não pelo menos deste jeito singular,  e seria uma pena porque esta é uma das imagens que decerto marcarão a República sob Dilma, de um lado, e Barbosa, de outro.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

De Vargas a Dilma: o parto de um novo ciclo
(12dez2012)


Por Saul Leblon no sítio Carta Maior

Assim como as vantagens comparativas na economia, a relação de forças na sociedade não é um dado da natureza, mas uma construção histórica. E precisa ser exercida politicamente; não é uma fatalidade sociológica. A emergência de novos atores nas entranhas da economia não cria automaticamente novos sujeitos históricos.Quem faz isso é a ação política.

Os neoclássicos, os neoliberais aqui e alhures, gostariam que o mapa das vantagens comparativas fosse um pergaminho lacrado e blindado em tanque de nitrogênio. Facilitaria a relação de forças favorável à hegemonia conservadora.

Por eles, o Brasil até hoje seria uma pacata fazenda de café. Ou uma usina de garapa.

Getúlio Vargas rompeu o interdito dos interesses internos e externos soldados na economia agroexportadora. Isso aconteceu em meados do século passado. Até hoje o seu nome inspira desconforto nos sucessores da casa grande; nos intelectuais que enfeitam seus saraus e nos 'canetas' que lhes servem de ventríloquos obsequiosos.

Em 1930 Vargas derrotou a todos. Desobstruiu assim os canais para lançar as bases de um Estado nacional digno desse nome.E abriu as portas a novos sujeitos históricos.

Em 50, no segundo governo, transformaria esse aparelho de Estado em alavanca capaz de assoalhar a infraestrutura da economia industrial que somos hoje.

Ao afrontar o gesso das vantagens comparativas , Vargas alterou a relação de forças na sociedade. Mas não tão sincronizado assim, nem tão solidamente assim, como se veria pelo desfecho em 24 de agosto de 54.

O desassombro daquele período, no entanto, distingue Nação brasileira de seus pares em pleno século XXI.

O Brasil é hoje uma das poucas economias em desenvolvimento que dispõe de uma planta industrial complexa.

A ortodoxia monetarista engordou a manada especulativa no pasto da Selic na década de 90 - o que valorizou o câmbio, a ponto de afogar o produto local em importações baratas até recentemente. Afetou o tônus da engrenagem fabril. Mas não a destruiu; ainda não a destruiu.

Diga lá, amigo. Além de odiar o Lula,
o que mais você faz na vida?
(12dez2012)


Por Cleverson Lima no sítio Rodopiou


Se os Josés Dirceu e Genoínos proclamam inocência e alegam ter sido político o julgamento e consequente condenação no STF, são rapidamente desqualificados por jornalistas, comentaristas e palpiteiros de plantão, todos obviamente profissionais preocupados em tão somente informar, com zelo e responsabilidade, sem influências políticas, partidárias ou ideológicas.

Mas nem tão curiosamente, eles são os mesmos que tomam como verdade inquestionável o depoimento de Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão pelo mesmo STF e pelos mesmos crimes, quando este, sem uma única prova a não ser seu testemunho para lá de suspeito (afinal, trata-se da palavra de um criminoso condenado tentando salvar sua pele, certo?), acusa Lula de ser o principal mandante do mensalão e de ter sido ameaçado de morte por lideranças do PT.

Pouco importa se durante todo o processo nenhum dos ministros, a começar pelo relator, Joaquim ‘Batman’ Barbosa, encontrou evidências da participação de Lula, que sequer foi mencionado ao longo do julgamento. afinal, se Marcos Valério disse, deve ser verdade.

Faz tempo que deixei o PT, mais de uma década e meia. Neste tempo, votei no partido em algumas eleições; anulei ou justifiquei o voto em outras; na deste ano, optei pelo PSOL. Também jã não tenho a mesma admiração e respeito que tinha por Lula, por exemplo, em 1989, embora lhe reconheça os méritos e continue a acreditar que ele fez o melhor governo de nossa história republicana, em que pese os equívocos, muitos, inclusive as seguidas denúncias de corrupção – aliás, investigadas, ao contrário do engavetamento geral que era característica dos governos FHC, a começar pela compra de votos no congresso para assegurar a reeleição do sociólogo, que mereceu um silêncio quase geral e sobre o qual nem mesmo se chegou a formalizar qualquer denúncia.

Mas é difícil permanecer calado diante da verdadeira campanha de desmoralização, orquestrada principalmente pela imprensa e mídia, contra o ex-presidente, a quem desejam transformar, a qualquer custo e não importam os meios, em um criminoso.

Ódio de classe? em parte, certamente sim. Embora distante de suas origens, a trajetória de Lula sintetiza e denuncia, pela raridade, os arranjos políticos de uma democracia que com raríssimas exceções, pautou-se sempre mais por um esforço de exclusão que de inclusão.

Incomoda a Casa Grande que um nordestino, ex-operário e ex-sindicalista, não apenas tenha chegado ao governo liderando um partido e uma aliança de esquerda, como tenha conseguido fazer o que eles, os que habitam a casa grande, jamais fizeram, por incompetência, insensibilidade e descaso: um governo capaz de atender, mesmo que precariamente em se tratando de um país e uma população com tantas mazelas, parcelas da população historicamente relegadas à indiferença dos poderes públicos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Entrega de 1 milhão de casas é momento histórico para o país, afirma Dilma
(11dez2012)


Do Blog do Planalto (fotos obtidas na internet de projetos do Programa Minha Casa Minha Vida - Aquiles)


No programa Café com a Presidenta desta segunda-feira (10), Dilma Rousseff falou da entrega de 1 milhão de casas pelo Minha Casa Minha Vida, classificada por ela como um “momento histórico para o país e uma mudança na vida das pessoas, brasileiros e brasileiras, que recebem sua moradia própria”. Dilma ainda lembrou que mais da metade dessas unidades habitacionais foram entregues para famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil.

“Sem o Minha Casa Minha Vida, eu tenho certeza, muitas dessas famílias ainda estariam morando de aluguel, morando em lugares muito precários ou até morando de favor na casa de parentes. Esse programa, está transformando a vida das pessoas, porque é na nossa casa que nós criamos os filhos, nós recebemos os amigos, nós desenvolvemos os laços afetivos, nós nos sentimos seguros e protegidos. Enfim, construímos aquilo que se chama lar”, afirmou.


A presidenta também destacou a meta de contratar, até 2014, 3,4 milhões de casas, faltando, agora, 1,4 milhão de casas. Segundo explicou Dilma, o Minha Casa Minha Vida atende as famílias que ganham até R$ 5 mil por mês, com regras diferentes para cada faixa de renda. Para quem ganha até R$ 1,6 mil, por exemplo, o governo paga 90% do valor da casa e a prestação não ultrapassa 5% da renda da família, ou R$ 25, no mínimo.


“Você se lembra que muita gente duvidava do programa quando lançamos lá em 2009, ainda no governo do presidente Lula, o Minha Casa Minha Vida. Pois é. Mas nós conseguimos contratar, construir e entregar as casas. Além de realizar o sonho da casa própria para milhões de famílias, os investimentos que fazemos na construção das moradias movimentam a economia e geram emprego e renda para milhões de brasileiros”, completou.

Mudanças serão menos dolorosas se forem adequadamente entendidas
(11dez2012)


Próximo capítulo do livro “Brasil, Terra de Promissão” (na íntegra em pdf AQUI), publicado em 1969, ditado pelo espírito de Ramatis e psicografado por América Paoliello Marques.

O sumário do livro é apresentado a seguir, com os links referentes às partes já postadas neste blog:


Prefácio de Ramatis (ver AQUI)


I – PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA
1. Origens étnicas (ver AQUI)
2. Desenvolvimento histórico (ver AQUI)
3. Características coletivas (ver AQUI)
4. Composição espiritual (ver AQUI)
5. Lutas de formação (ver AQUI)
6. Amálgama espiritual (ver AQUI)

II – REALIZACÃO
1. Herança espiritual (ver AQUI)
2. Liderança (ver AQUI)
3. Consolidação (ver AQUI)
4. Obstáculos (ver AQUI)
5. Realização (ver AQUI)
6. Harmonia (ver AQUI)

III - CONSEQÜÊNCIAS PARA A HUMANIDADE
1. Virtude e cristianização (postagem de hoje)
2. Abertura dos canais espirituais
3. Tradição e fraternidade
4. Paraíso terrestre
5. Trampolim espiritual
6. Desligamento gradativo

IV – CONCLUSÃO
1. Testemunhos valiosos
2. Mensagem de esperança
3. Exortação
4. A Fraternidade do Triângulo, da Rosa e da Cruz (FTRC) e seu Trabalho na Terra


III – Consequências para a humanidade


1 – Virtude e cristianização



PERGUNTA — Examinando as consequências que surgirão, para a Humanidade, da missão reservada ao Brasil, que comentários desejaríeis tecer neste capítulo intitulado "Virtude e cristianização"?

RAMATIS — Consideramos que esses serão os alvos supremos da nova era que surgirá do caos preparado com esmero pela atual civilização, enceguecida quanto aos valores da Espiritualidade.

A virtude constituirá o aperitivo necessário, para ser tomado em doses frequentes e sistematizadas, com o cuidado hoje dispensado à preparação dos grandes banquetes. Estabelecida, por unanimidade, a necessidade absoluta do crescimento dos valores espirituais, o homem começará a agir, como o indivíduo cujo organismo, atingido por uma inapetência desastrosa, procura estimular-se para a participação no grande banquete da fraternidade.

Iniciará por ingerir estimulantes do apetite, capazes de fazer funcionar suas glândulas endócrinas, adormecidas pela viciação do paladar na ingestão de substâncias tóxicas. Na realidade, um período intermediário de jejum será a primeira providência para obrigar o organismo à reação sadia de purificar-se e, em seguida, entrar na corrente da normalidade.


PERGUNTA — Por que sugeristes o título "Virtude e cristianização"? Por acaso a busca da virtude já não representa o processo de cristianização?

RAMATIS — Enquanto a virtude está sendo buscada como um alvo, o processo de cristianização consolida-se gradativamente. Desejamos fortalecer a relação indispensável entre o meio, representado pelo exercício consciente da virtude, e o fim objetivado, ou seja, a cristianização. Sem esta relação, firmemente estabelecida, uma nova farsa estaria em andamento, na qual os homens representariam, no palco da vida social, a triste situação que até hoje os tem infelicitado — pregando o Cristianismo sem desejar realmente cumpri-lo.


PERGUNTA — Que espécie de virtude surgirá como a mais necessária ao processo da cristianização?

RAMATIS — Na sociedade tecnicista do século XX a palavra virtude perdeu grande parte de seu valor. Até um pouco antes do surto da tecnologia ela representava um acervo de normas rígidas de conduta, impostas pela maioria convicta da necessidade social de cultivar os valores apregoados como indispensáveis ao bem-estar geral.

Não passando, de modo geral, de uma atitude externa, foi fácil a transição que a classificou como coisa desprovida de conteúdo. Portanto, sua desvalorização como palavra não implica na consequente desvalia do conteúdo, pois este, na realidade, não estava em jogo.

A capacidade de análise destemerosa característica da era do cientificismo soube identificar o fenômeno do "esvaziamento" da palavra, porém, ainda, não conseguiu restabelecer-lhe o conteúdo.

Entretanto, os valores representados, originariamente, pela palavra virtude, continuam a ser insubstituíveis para o bem-estar geral e, assim, tornou-se necessário obter nomenclatura especial para designá-los. Surgiram, então, novas designações para antigas necessidades do homem — autocrítica, ajustamento, introversão, catarse, autoanalise, substituindo, respectivamente  — contrição, humildade, meditação, confissão, sendo esta última equivalente à identificação da própria condição (catarse) e à análise que se segue.

Como vemos, tratou-se da substituição de um vocábulo desgastado pela ação inadequada de seus usuários.


PERGUNTA — Parece-nos um pouco problemática a obtenção de reações adequadas após as grandes experiências do final do século. Nossas dúvidas baseiam-se no fato de muitas provações já terem sido vividas sem chegarmos a resultados positivos. Conseguirá o homem a reação necessária?

RAMATIS — A instabilidade humana vem se acentuando. A cada nova crise desencadeada corroem-se os alicerces da segurança fictícia que generosamente o homem se propiciou no plano material. Como a criança, incapaz de sentir suas necessidades mais profundas, cercou-se de conforto, como símbolo do bem-estar almejado. A instintiva necessidade de segurança interior objetivou-se na busca externa de estabilidade. Invertidos os pontos de vista, concretizou seu sonho de felicidade nas garantias de sobrevivência do corpo físico. Pôs-se a girar em torno de sua segurança, em vez de fazê-la girar em torno de si.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Teria Lula entrado, de fato, na lista da
Forbes dos homens mais ricos do mundo?
(10dez2012)


Do sítio de Luis Nassif

Por IV Avatar do Rio OOOOOOooo

Do E-Farsas.com

A fortuna de Lula de acordo com a Forbes!

Texto que circula pela web afirma que o ex-presidente Lula estaria na lista dos 200 homens mais ricos do mundo. Mas será que a notícia é real? Veja o que descobrimos!

Circulando pela web desde maio de 2012, um texto ronda nossas caixas de entrada e revela o que seria um escândalo: o nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na lista dos homens mais ricos do mundo e isso teria sido publicado pela revista Forbes – uma das mais conceituadas do mundo!

Ainda, de acordo com o texto, Lula teria acumulado uma fortuna de “R$ 2 bilhões de dólares” e o artigo vem acompanhado da capa da revista:


Lula na capa da Forbes! Será?

Será que isso é verdadeiro ou farsa?

É farsa!

O Texto possui todas aquelas características que já mostramos diversas vezes aqui no E-farsas:

Não possui data. Dessa forma, o leitor pode achar que o fato ocorreu há pouco tempo;
É contraditório e confuso nos dados;
Não cita as fontes ou cria fontes inexistentes;
Trata de um assunto que interessa a muitos leitores;
Possui tom alarmista e conspiratório.

Breve análise

Pra começar, vamos tentar encontrar quem começou com essa história.  Ao que parece, muita gente copiou o mesmo texto de uma única fonte. Um blog deve ter criado a história e repassado adiante.

Num pequeno trecho do texto, o autor afirma que:
“Conforme amplamente noticiado em algumas ocasiões uma conceituada revista – a Forbes – trouxe à tona esse tema, reputando a Lula a posse de uma fortuna pessoal estimada em mais de R$ 2 bilhões de dólares, devendo-se ressaltar que a primeira denúncia ocorreu ao que tudo indica em 2006 [...]”
A principal pergunta que surge é: quando e quem denunciou o que?

Quando foi “amplamente” noticiado?

O texto é muito vago e não prova muita coisa. Por exemplo, quando a revista teria publicado isso? Não se sabe. O autor do “artigo” afirma que os dados foram tirados da revista Forbes. Infelizmente, não é citada a edição na qual a informação teria sido publicada!

No site da Forbes podemos pesquisar na relação dos homens mais ricos do mundo , como imaginávamos, não há nenhuma menção ao Luiz Inácio.

Buscando apenas por brasileiros, encontramos 36 bilionários nas revista Forbes em 2012, também não há o nome do ex-presidente.

Se a publicação ocorreu em 2006, por que só agora começou a circular na web?

Nesse mesmo trecho do texto, o autor se atrapalhou com os valores e afirma que a fortuna do político é de “R$ 2 bilhões de dólares”. Não deu pra entender se Lula acumulou tanto dinheiro em reais ou em dólares.


A capa da revista

Alguns blogs postaram a capa da suposta edição da revista estampando o rosto do ex-presidente Lula. Como podemos ver no quadro abaixo, a capa foi adulterada digitalmente:


Revista Forbes - Capa real e montagem!

Ainda falando em montagem, alguns blogs também postaram uma suposta lista com os homens mais ricos do mundo. Como podemos ver a seguir, pela lógica, Lula deveria estar em 7° lugar.


Lista falsa mostra Lula entre os mais ricos!


Conclusão

História falsa! Não há nenhuma publicação na revista Forbes colocando o “Lulinha Paz e Amor” entre os homens mais ricos do mundo!

Sites citados:
36 bilionários brasileiros
Relação dos homens mais ricos do mundo

domingo, 9 de dezembro de 2012

Nota de solidariedade ao Bispo D. Pedro Casaldáliga, que está marcado para morrer
(9dez2012)


Ao se aproximar a desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsèdè, após mais de 20 anos de invasão, quando os não-indígenas estão para ser retirados desta área, multiplicam-se as manifestações de fazendeiros, políticos e dos próprios meios de comunicação contra a ação da justiça.

Neste momento de desespero, uma das pessoas mais visadas pelos invasores e pelos que os defendem é Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, a quem estão querendo, irresponsável e inescrupulosamente, imputar a responsabilidade pela demarcação da área Xavante nas terras do Posto da Mata.

As entidades que assinam esta nota querem externar sua mais irrestrita solidariedade a Dom Pedro. Desde o momento em que pisou este chão do Araguaia e mais precisamente, desde a hora em que foi sagrado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, sua ação sempre se pautou na defesa dos interesses dos mais pobres, os povos indígenas, os posseiros e os peões. Todos sabem que Dom Pedro e a Prelazia sempre deram apoio a todas as ocupações de terra pelos posseiros e sem terra e como estas ocupações foram o suporte que possibilitou a criação da maior parte dos municípios da região.

Em relação à terra indígena Marãiwatsèdè, dos Xavante, os primeiros moradores da região nas décadas de 1930, 40 e 50 são testemunhas da presença dos indígenas na região e como eles perambulavam por toda ela.  Foi com a chegada das empresas agropecuárias, na década de 1960, com apoio do governo militar, que a Suiá Missu se estabeleceu nas proximidades de uma das aldeias e  até mesmo conseguiu o apoio do Serviço de Proteção ao Indio para se ver livre  da presença dos indígenas. A imprensa nacional noticiou a retirada de 289 xavante da região os quais foram transportados em aviões da FAB, em 1966, para a aldeia de São Marcos, no município de Barra do Garças.

Em 1992, a AGIP, empresa italiana que tinha comprado a Suiá Missu das mãos da família Ometto, quis se desfazer destas terras. Por ocasião da ECO-92, sob pressão inclusive internacional, a empresa destinou 165.000 hectares para os Xavante que, durante todo este tempo, sonhavam em voltar à terra de onde tinham sido arrancados. Imediatamente  fazendeiros e políticos da região fizeram uma grande campanha para ocupar a área que fora reservada aos Xavante, precisamente para impedir que os mesmos retornassem. Já no dia 20 de junho de 1992, algumas áreas tinham sido ocupadas e foi feita uma reunião no Posto da Mata, da qual participaram políticos de São Félix do Araguaia e de Alto Boa Vista e também havia repórteres.

Realidades paralelas: a realidade sob a
ótica da Física Quântica?
(9dez2012)


Reproduzido do sítio Blog SINTESE


Realidades paralelas

Mensagem dos Guias Angélicos
Canalização: Taryn Crimi
Em 15 de novembro de 2012


Hoje gostaríamos de focar sua atenção no tópico de realidades paralelas e o impacto que elas têm em sua realidade.

Pode ser um choque para alguns de vocês saber que existem realidades paralelas: mas há alguns de vocês que em algum nível já estão cientes de que elas existem.

O que gostaríamos de falar hoje é sobre como vocês podem usá-las para o seu benefício.

Este é um tópico muito grande e nós apenas estaremos tocando a superfície das muitas realidades que existem simultaneamente em qualquer momento.

Primeiramente, saibam que há um número infinito de realidades paralelas se desenvolvendo simultaneamente ao lado de sua própria realidade.

Porque vocês vivem num mundo que é baseado numa crença preconcebida de ação linear, também lhes foi ensinado a acreditar que vocês estão apenas em uma única linha temporal sólida por toda vida.

O Evento A é seguido pelo Evento B e assim por diante: mas não é assim.

Vocês estão constantemente pulando de uma linha temporal para a seguinte muitas vezes durante o dia.

A vibração com que vocês escolhem ressoar determina qual realidade vocês experimentarão.

Mas saibam que toda decisão que vocês podem tomar sempre se desenvolve de formas infinitas.

Cada "você" acredita que é o você "real" e todos os outros são simplesmente possibilidades apenas.

Isto realmente não faz diferença, pois sua alma está sempre ciente das versões infinitas de realidade que vocês estão simultaneamente experimentando.

Algumas realidades paralelas parecem muito semelhantes às suas vidas atuais, e outras são muito diferentes.

Vamos dar um exemplo para tentar ajudá-los a compreender como existem muitas versões infinitas de "você".

sábado, 8 de dezembro de 2012

Festiva declaração de amor entre
dois rapazes no pátio de um Colégio
(8dez2012)

Vejo boas perspectivas para o nosso país quando testemunho a naturalidade com que muitos dos nossos jovens encaram a diversidade. O "diferente" normalmente afeta a quem não quer se olhar no espelho e ver que, à sua maneira, também é diverso, diferente, único.

A diversidade é para ser valorizada, cuidada e apoiada. Por vezes penso que o que transtorna @ preconceituos@ é a felicidade alheia. E a felicidade é algo que creio que todos devemos buscar sem culpas. Queremos e precisamos, todos nós, ser felizes. Cada qual por seu caminho, desde que esse caminho não implique na geração de infelicidades ou tristezas para outrem.



Este vídeo foi trazido do blog Terra Brasilis.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Precisaremos nos reeducar para desconstruir a atual naturalização da violência
(7dez2012)


Próximo capítulo do livro "Brasil, Terra de Promissão", publicado em 1969, ditado pelo espírito de Ramatis e psicografado por América Paoliello Marques.

Os capítulos anteriores, postados neste blog acompanhando a ordem em que são postos no livro, mas com títulos de chamada elaborados por mim, são:
O Brasil sob um ponto de vista espiritualista (ver AQUI)
As funções das etnias constituintes do povo brasileiro (ver AQUI)
Breve análise da história do Brasil do ponto de vista da espiritualidade (ver AQUI)
O papel da coletividade brasileira ante a derrocada dos valores materiais da Terra (ver AQUI)
Amálgama e constituição de um novo patriotismo no Brasil (ver AQUI)
A laboriosa formação do povo brasileiro como humilde mensageiro sobre a Nova Era (ver AQUI)
O Brasil é uma nação que foi preparada para as mudanças que virão (ver AQUI)
A herança espiritual brasileira (ver AQUI)
A verdadeira liderança somente pode ser exercida por quem se identifica com os que sofrem (ver AQUI).
O desencadeamento de forças negativas provoca uma necessidade de reação positiva (ver AQUI).
Convite fraterno à intelectualidade para que participe da compreensão do plano geral da vida (ver AQUI). 
Norma áurea da vida: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei" (ver AQUI).


Parte II - Realização


6 – Harmonia



PERGUNTA — Como obter harmonia no ambiente espiritual da Terra?

RAMATIS — A harmonia tem sido para os homens uma realização utópica, alguma coisa só obtida nos contos de fadas após imensas batalhas do Bem contra o Mal e, assim mesmo, geralmente, pela intervenção de fada providencial. Os personagens símbolos do Bem, possuidores de todas as virtudes, sofrem durante a narrativa os horrores da perseguição dos maus que são inteiramente maus.

Esta forma primitiva de exposição da eterna luta pela evolução, engloba, numa fórmula simplista, o complexo movimento das forças opostas responsáveis pela evolução. Trata-se de um esquema psicológico de grande valor iniciático, se bem atentarmos para o que se encontra oculto sob o aspecto meramente fantástico.

Sabendo que nada existe absolutamente bom nem absolutamente mau sobre a Terra, podemos transportar o tema dos contos de fada para o terreno do espírito, representando o mal e o bem existentes na alma pelos personagens que, respectivamente, os simbolizam.

Teremos então obtido a fórmula necessária à obtenção da harmonia: após a batalha inevitável das forças involuídas e das que já se ajustam ao Bem pela persistência, renúncia, amor e tolerância, o polo positivo condensa energias que o sustentam. Em contraposição, a desagregação se apossa do elemento incapazes de conduzir-se no sentido da harmonização com o Todo, e que buscava defender-se pela apropriação inédita dos bens da vida.

Em seu conteúdo, os contos de fadas expõem, de forma rocambolesca, a grande batalha em que todos os seres se encontram envoltos. Nesses pequenos relatos o homem encontra a demonstração clara da fórmula capaz de fornecer-lhe o mesmo final feliz — a harmonia.


PERGUNTA — Segundo a linha de vossas comparações, em nosso caso especial, qual fato seria tão decisivo que pudesse representar a intervenção providencial da fada protetora?

RAMATIS — A fada protetora, na lógica perfeita dos contos de fadas, apresenta-se sempre após o período indispensável, no qual seu tutelado teve oportunidade de dar testemunhos convincentes de bons propósitos. Lutando, sofrendo injustiças, padecendo, enfim, conserva-se o herói da história numa perfeita coerência com os defensores do Bem. Ora, seria lógico, também, que desse modo as forças ocultas, a essa altura do relato, já estivessem numa contingência moral de agir decisivamente, não porque até então se houvessem omitido, porém, simplesmente, porque aguardavam o momento de intervir sem interferir no processo de consolidação das virtudes angélicas de seus tutelados.

Esse sublime mecanismo, apresentado de forma enternecedora nos belos relatos que comoveram vossa infância, transfere-se, de forma perfeita, para a vida e comanda o progresso dos espíritos.

Infelizmente o homem perdeu a fé que o faria capaz de, adulto, perseverar a exemplo de seus heróis da infância. Assim, a geração atual ridiculariza os "contos da carochinha" que "embalam" o espírito crédulo da Humanidade do passado em sua infância ingênua.

Na realidade, viveis uma fase que pode ser comparada ao capítulo no qual a feiticeira cozinha, na retortas, seus filtros peçonhentos. O mau cheiro s exala por todo o ambiente e ela própria se impregna das emanações do veneno terrível. Porém, não longe dali, existem, nas páginas seguintes, as impressões de bondade dos personagens que, inocentemente, continuam sua labuta no Bem.

Impregnados pelo odor nauseabundo das elucubrações mentais de caráter destrutivo, o homem atual permanece como hipnotizado diante do cenário de feitiçaria onde a discórdia, o medo, a irreflexão e intransigência se filtram através de todas as epidermes. Enquanto a bruxa da discórdia mexe seus caldeirões, as vítimas encontram-se paralisadas de horror.

Porém, alegrem-se os que não aderirem, por fraqueza lamentável, aos movimentos da megera. Embora em minoria de forças no momento, estarão catalisando energias positivas responsáveis pela imantação de seus espíritos às forças controladoras do Bem. Efetivada a necessária polarização, os representante da "magia branca" terão encontrado campo para agir no ambiente, por mais impregnado de "bruxaria" que ele se encontre.

A paciência, a fraqueza aparente, o sofrimento sem nome dos heróis dos contos de fadas, que vos parecem vítimas de um sadismo inexplicável do destino, simbolizam para vós a necessária força interior que habilita o espírito a escoar, através de si, o recursos superiores que sustentam a vida.

É dessa forma que, realmente, o espírito testemunha seu amor à Verdade que na Terra, ainda, não tem o seu "habitat". Galardoado pelas profundas cidades espirituais que então se abrem para ele, recebe a visita da Fada do Bem, a iluminação interior capaz de proporcionar-lhe a harmonia.

O engano em que vêm laborando os homens, geração após geração, é julgar que devem levar ao pé da letra o simbolismo dos contos de fadas. Embora se julguem portadores de mentalidade adulta, ainda não entenderam que o reino conquistado pela princesa indefesa e o amor com que o príncipe a defende no final da estória representam a vitória do espírito sobre a matéria, a conquista do plano superior que esses personagens simbolizam e a ingênua felicidade que daí por diante passam a desfrutar reside inteiramente nos países interiores do espírito.

Então, como os bons ainda não "herdaram a Terra", desesperam e negam-se a continuar colaborando pacientemente na seara do Bem.

Desejamos lembrar, no entanto, que, assim como a polarização se faz com o sofrimento, pela perseverança no Bem para cada indivíduo, coletivamente, o mesmo fenômeno se dá.

A Humanidade passa por reveses semelhantes aos dos meninos terrificados diante do caldeirão da bruxa, porém, os que conservam a alma limpa de conivência consciente com a "bruxaria" do mal, contribuem para o efeito de polarização da Terra com as forças positivas, que terminarão por conseguir uma "cabeça de ponte" para penetrar de forma decisiva no cenário terrestre.


PERGUNTA — Como transferir esses conceitos para os problemas cruciais de nossa terra?

RAMATIS — Brasil, terra da promissão, celeiro do mundo, pátria do Evangelho, país do futuro — todas essas expressões têm consagrado e resumido as esperanças que intuitivamente os homens de diversas origens terrenas depositam na vida futura.

Nem mesmo a mais obscura realidade espiritual que viveis conseguiu apagar a divina intuição que afirma, no âmago da alma dos seres sensíveis, que o país encantado da felicidade precisa existir em alguma parte sobre a Terra.

As criações do pensamento humano, reveladas sob forma de fantasia, representam uma necessidade íntima de expressar realidades pressentidas em planos inexplicáveis à mentalidade comum.

Quando os segredos da mente humana forem devassados (e esse dia não se encontra longe) os homens de ciência poderão comprovar que as fantasias não representam somente uma necessidade de escape à realidade grosseira e indesejável, mas, sim, a expressão das realidades percebidas num plano que poderíeis chamar de "supranormal".

As fantasias apresentadas nos contos de fadas são roteiros simbólicos fornecidos à alma infantil. Suas representações mentais forneciam, insensivelmente, à juventude uma base psicológica não identificada mas incorporada nos moldes mentais. O proceder instintivo dos jovens de antanho era marcado pelo dualismo simplista dos contos de fadas — sentiam-se colaboradores de feiticeira ou abençoados afilhados do bem, conforme se opusessem ou não às forças positivas.

Essa base psicológica profunda, embora não expressa nem identificada, traduzia-se em aspectos mais seguros porque influenciados por forças superiores que na realidade existem, embora escapando à compreensão total humana.

Respeitava-se e temia-se a bruxaria do mal, evitando-a para merecer o beneplácito do bem.

Hoje as retortas das feiticeiras tornaram-se inofensivas e ridículas. As emanações fétidas e virulentas que elas poderiam exalar encontrariam antídoto nos mais simples laboratórios modernos e ao seu poder destruidor o homem oporia um arsenal incalculável de armas potentes.