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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rapinagem: invasores bárbaros iniciam a contenda pelo butim líbio (25ago2011)

A farsa está se completando, com a OTAN e os Estados Unidos promovendo um golpe de Estado na Líbia. Na matéria que trago abaixo, fala-se em interesses pelo petróleo e pela água. Mas continuo acreditando que, apesar do alto valor desses dois bens naturais, a questão principal envolvida é a autonomia líbia, com Gaddhafi, em relação aos bancos centrais europeu, inglês e norte-americano.

O líder líbio tentava promover a criação de uma moeda africana com lastro nas reservas de ouro da Líbia. Não seria um banco central privado, como o norte-americano ou outros.

O dolar, como já sabemos, não tem lastro. É papel pintado de verde que pode a qualquer momento vir a ser exatamente isso e só isso. O obstáculo que o sistema financeiro internacional usa é o arsenal bélico. Além do mais, guerras dão lucros imensos aos bancos centrais e ao sistema financeiro em geral.

Quem paga por tudo isso são os imbecis dos cidadãos, que, acuados pelo pensamento único do capitalismo, vão perdendo os anéis e já lá se vão os dedos.

Palmas para o capital pelas mortes, destruições e eliminação da soberania de povos tão tradicionais como os iraquianos, os afegãos, os líbios... Ah! Tem também os palestinos, esquecidos pelo mundo e deixados entregues à ferocidade dos fundamentalistas e do governo conservador de Israel.

Fora isso, no mais o mundo vai bem... Só resta saber se tem alguma coisa "fora isso".


Do sítio Opera Mundi.

Após ofensiva militar da OTAN, começa a corrida pelas riquezas da Líbia

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) mantém seus ataques à Líbia com o objetivo de derrotar as tropas leais ao líder Muamar Kadafi e liberar o caminho para que os rebeldes assumam o país. Embora os motivos oficiais sejam estes, quem critica a ofensiva das tropas ocidentais afirma que os verdadeiros interesses dos países que formam a OTAN -- principalmente Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Reino Unido -- estão ligados aos recursos naturais líbios, em especial o petróleo.

"O petróleo é responsável por mais de 70% da economia líbia. Esta é a grande riqueza. E esse petróleo chamou a atenção desses países", afirmou Lejeune Mirhan, sociólogo e especialista em mundo árabe. De acordo com despacho norte-americano revelado pelo Wikileaks nesta terça-feira (24/08), as riquezas energéticas líbias -- petróleo e gás -- correspondem a 95% da economia do país africano.

O destino do petróleo líbio: Itália (38%), Alemanha (19%), Espanha (8%), EUA (7%) e França (6%)

O petróleo é hoje o principal recurso natural do país, responsável pela exportação diária de 1,525 milhões de barris. Com os números, a Líbia fica a frente, por exemplo, do Iraque, que exporta pouco mais de 1,4 milhão barris/dia.

O sociólogo destaca ainda que, apesar dos ataques da OTAN, a Líbia possuía recentemente uma estreita relação com os países ocidentais. O volume de petróleo exportado ajuda a entender melhor a questão. "Kadafi se aproximou do Ocidente nos últimos 10 anos. Ele era o 'queridinho' dos EUA e da Europa. A situação apenas atesta uma lição histórica: o imperialismo não perdoa", completou Mirhan.

EUA e Líbia reataram relações diplomáticas em 2006, após o governo de George W. Bush retirar o país de Kadafi da lista dos que patrocinam o terrorismo. Na ocasião, a Líbia se comprometeu a não desenvolver seu programa nuclear e assumiu a responsabilidade pelo atentado contra o avião da companhia norte-americana Pan Am, em 1988, sobre a cidade escocesa de Lockerbie.

Paulo Boggiani, professor do Instituto de Geociências da USP (Universidade de São Paulo) também destaca a boa relação entre a Líbia e alguns países ocidentais, que compõem a OTAN. "Enquanto Kadafi garantia o petróleo, ninguém mexia com ele. As relações eram boas", pontuou. "Agora, no entanto, a situação mudou. Os países de primeiro mundo vão querer controlar o petróleo líbio. A lógica internacional é manter a produção do país", completou.

Dependência

As declarações do sociólogo podem ser embasadas por meio de números que revelam a quantidade de petróleo importado por alguns países membros da OTAN. Entre os que não produzem petróleo, a Alemanha importa mais de 2,5 milhões de barris por dia. A França também ultrapassa a quantidade diária de 2 milhões de barris, enquanto a Itália chega a 1,8 milhões.

Já os EUA, responsável pelo ataques mais agressivos da ofensiva que toma conta da Líbia, consomem diariamente pouco menos de 20 milhões de barris de petróleo. O país, porém, produz apenas 37,42% desse total, segundo Mirhan.

Recursos hídricos

Outro recurso natural líbio que chama a atenção dos principais países ocidentais são as reservas de água subterrânea. Juntamente com Egito, Chade e Sudão, parte da Líbia está localizada sobre o Sistema Aquífero Arenito da Núbia.

Mapa ilustra as principais reservas de água na Europa, África e Ásia

Trata-se da maior reserva de água subterrânea do mundo. Estimativas garantem que a reserva possui 150 mil km³ de água. A Líbia passou a utilizar essa fonte de água com maior intensidade a partir de 1983, também para irrigar a agricultura do país.

Os países membros da OTAN, que participam da ofensiva na Líbia, sustentam a posição de apenas deixar o país quando Kadafi for preso. No entanto, os reais interesses da investida ocidental sobre o país não parece mesmo ser apenas de ordem política.

"O país foi destruído. Na África, era a nação com maior índice de saneamento, investimentos em saúde. Mas a Líbia foi destruída tal qual o Iraque. Quem toma conta do país atualmente são as petrolíferas internacionais. Está em curso na África uma disputa pelo continente. Até mesmo a China investe no continente. Se trata de uma nova partilha da África entre as potências", concluiu Mirhan.

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