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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Equipe econômica de FHC diz que os gastos sociais são culpados pela crise mundial (26ago2011)

Because (John Lennon / Paul McCartney)
Ná Ozzetti


Por Fernando Brito

Ontem, a gente postou aqui uma matéria sobre o espanto revelado pelo professor Joseph Stiglitz com o fato de autores de políticas econômicas fracassarem continuarem por aí, pontificando sua “genialidade” e, como aves de agouro, prevendo uma catástrofe econômica que só poderia ser evitada com sacrifícios humanos. Exatamente por isso, chamamos essa turma de “adoradores da recessão”

Pois não é que ontem mesmo houve uma reunião deles no Instituto FHC, com presença do próprio, houve um encontro desta turma da “roda presa”, que invocou o espírito da crise europeia para dizer que as políticas sociais foram as responsáveis pela crise de endividamento que assola o continente.

Está lá no Estadão:
A crise internacional evidenciou o fato de que a política de bem estar social, adotada pelos países europeus e almejada pelo Brasil, chegou ao seu limite. O ônus de oferecer serviços de educação, saúde, transporte e segurança apostando em um Estado capaz de socializar perdas e acomodar conquistas é o elevado nível de endividamento público.
Socialização de perdas foi o que os governos dos países desenvolvidos fizeram ao emitir dívida para socorrer o sistema financeiro em 2008. Lá, na Europa, assim que eclodiu a crise, os governos colocaram nada menos que um trilhão de Euros à disposição do “bem-estar” do sistema bancário. A Espanha, que está agora com a corda no pescoço, só ela, disponibilizou 100 bilhões de Euros.

A cara de pau é tanta que criticam a política econômica brasileira por fazer, em escala muito menor, coisas que eles faziam sem pudor ou meias-medidas.

Primeiro, dizem que políticas sociais não permitem cortes orçamentários para reduzir a dívida pública. Fernando Henrique e esta turma chegaram ao governo com a dívida pública abaixo de 20% do PIB e, em oito anos, mesmo vendendo as estatais, conseguiram elevá-la para 58% do PIB. Hoje, com todas as políticas sociais “gastadeiras” que criticam, está abaixo dos 40% e, como todos viram ontem, a nota de risco sobre essa dívida é inclusive reduzida pelas agências internacionais.


A segunda crítica é que essas políticas não permitem que baixemos os juros reais de nossa economia. De fato, ninguém duvida que os juros estejam mais alto do que seria bom termos para produzirmos mais, mas vinda de onde vem, a crítica chega a soar irônica. Porque os juros durante todo o período em que comandaram a economia, foram muito mais altos que com Lula e com Dilma. Muito? Não, estratosfericamente mais altos, chegando até serem quatro vezes maiores que os mais altos já pagos entre 2003 e hoje. Quem quiser conferir, pode ver aqui uma tabela dos juros reais, nominais e inflação nos dois períodos.


Mas os mortos-vivos, que tiveram a faca e o queijo na mão para usar sua genialidade durante uma década, não conseguem ver sua imagem no espelho. E sua imagem está refletida com exatidão no gráfico aí de cima, que mostra que conduziram este país a passos de cágado, numa velocidade em que os nossos urgentes problemas sociais vão se resolver, talvez, lá pelo ano de 5820.

Claro, se essa gente que crê na genialidade divina do “mercado” não acabar com o mundo antes.

Extraído do sítio Projeto Nacional.  O primeiro gráfico foi trazido do sítio Tijolaço.

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