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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A amnésia da oposição corrupta e incompetente (30jun2011)

Ne me quittes pas (Jacques Brel)
Nina Simone
Pedro Almodóvar usou essa música como trilha sonora em "De salto alto", só que no filme a música é interpretada pela brasileira Maysa Matarazzo


Postagem de hoje do blog O Terror do Nordeste, com um desabafo sobre a atuação da oposição (e do PiG - Partido da imprensa Golpista) relativamente à participação do BNDES no processo de fusão dos grupos Pão de Açúcar e Carrefour, e criticando a falta de memória do PiG e da oposição relativamente à privataria do governo FHC.

Li hoje em alguns blogs a explicação de que o BNDES vai entrar como sócio na nova empresa, passando a participar de um negócio extremamente lucrativo: uma empresa que se tornará uma das maiores redes de supermercados do mundo. Os estrangeiros estão de olho no mercado consumidor brasileiro. O Pão de Açúcar já foi comprado por grupo estrangeiro.

Sem o BNDES no negócio, a nova empresa será totalmente estrangeira (com participação bem reduzida da família Diniz). Qualquer banco adoraria investir numa empresa desse porte e nessa área: venda de alimentos e de produtos para higiene. O Brasil é um dos países, senão o país, com maior crescimento de vendas do segmento de supermercados.

Claro que há outras implicações nessa fusão, mas continuarei atento ao que se publicar na blogosfera (não confio em nenhuma notícia do PiG, e muito menos em seus "especialistas" entrevistados) e devo voltar ao tema se algo importante for acrescentado à minha atual percepção do negócio.

Mas, vamos ao texto do Terror do Nordeste (nota: peço vênia ao Terror do Nordeste, mas tomei a liberdade de disfarçar palavras que não costumo usar em meu blog pois posso ter crianças como leitores):

Repito o que eu disse ontem: com essa oposição medíocre, assim como Lula, Dilma vai nadar de braçada. Nunca vi na minha vida uma oposição tão medíocre, tão burra, tão incompetente. Esse caso da fusão Carrefour/Pão de Açúcar é sintomático. A oposição vocifera contra um suposto empréstimo que o BNDES vai fazer para concretizar a fusão, mas se esquece que eles (os demotucanos) quando estiveram no poder usaram o BNDES para multinacionais picaretas comprarem nossas estatais, tais como a Eletropaulo, o Sistema Telebrás e a Vale do Rio Doce. É de conhecimento de todos que o c... m.. [refere-se a FHC - Aquiles] usou dinheiro público para financiar a compra de um bem público por investidores picaretas, estelionatários. Se é assim, que moral tem esses demopepsistatucanos safados, bandidos para criticar o BNDES? Esses f... d... p... estão com amnésia, é? Ou querem mostrar que são bonzinhos no trato com o dinheiro público?

Túnel do tempo

Um caso controverso onde evidenciou-se a falta de lisura dos leilões de privatização foi o da Eletropaulo. A licitante - a AES americana - que estava em situação pré-falimentar [1] no seu país de origem, obteve a liberação de um financiamento do BNDES no valor de 100% da aquisição. Como a empresa privada americana AES, que adquiriu o controle da Eletropaulo, não pagou nem a primeira parcela do financiamento, o BNDES, uma empresa pública brasileira, viu-se obrigada, pela legislação bancária vigente, a lançar em "provisão para devedores duvidosos" (prejuízo), no primeiro trimestre de 2003, a importância correspondente a 100% do valor que havia emprestado à AES. Isso gerou um prejuízo recorde de R$ 2,4 bilhões ao BNDES naquele trimestre. Desta forma sofisticada e de difícil compreensão para a maioria da população brasileira, especuladores internacionais, sem desembolsar um único dólar, operaram a "transferência dos recursos públicos para a propriedade privada de grupos privilegiados sob um aparente manto de legalidade" como bem descreveu Stiglitz. Com isso, o Poder Público não recebeu efetivamente nada pela venda da Eletropaulo: já que o BNDES fornecera todo o aporte necessário para a aquisição da antiga estatal [2].

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