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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Começa a campanha (via PiG) para reduzir salários (25mai2011)

Postagem do blog do Passarinho Pentelhão feita hoje.

Estadão defende arrocho salarial para combater a inflação!!! E, junto com O Globo, já conspira até mesmo contra a política de recomposição do valor do salário mínimo!!! Que maldade, PIG!!!

Pentelhão adora quando os editorialistas do PIG confessam seus desejos mais profundos. Embora faça parte do ideário neoliberal o mote de que aumentar o salário dos trabalhadores ou simplesmente repor a inflação passada gera inflação, não é todo dia que vemos uma instituição empresarial assumir com todas as letras este crime de lesa pátria. Foi o caso do jornal O Estado de S. Paulo em seu editorial econômico da página B2 de ontem, dia 24/05/2011, intitulado "No contexto atual, redução de consumo é improvável". Vejam o trecho final:
A tentativa do governo de conseguir uma desvalorização do real até agora não teve grande efeito, o que significa que os produtos importados continuarão com preços atrativos.
A redução do crédito parece ter surtido efeito nas vendas a prestações, porém, além do uso dos cartões de crédito, registrou-se uma elevação do uso do cheque (inclusive cheque pré-datado), que procura amenizar as restrições impostas pelo BC.
Somente uma redução da massa salarial poderia afetar a economia.
Todo trabalhador deve refletir bem sobre o que esta declaração significa. E significa exatamente o que está escrito, ou seja, os empresários, Estadão é apenas mais um,  aproveitam qualquer oportunidade, o combate à inflação é apenas uma delas, para defender o arrocho salarial de modo a lucrarem cada vez mais. E a pergunta que fica é: e aí oposição, vai encarar??? Claro que não!!! Claro que não no discurso, porque quando esta oposição barulhenta que está por aí, liderada pelos tucanos, governou o país recentemente, promoveu exatamente arrocho salarial total para os servidores federais, seja não repondo durante anos a inflação, seja ignorando completamente os Planos de Cargos e Salários de cada categoria, finalmente implementados durante o governo dos trabalhadores.

O trabalhador deve refletir também sobre o que aconteceria com seu salário na empresa privada se não existissem os Sindicatos, que o PIG tenta espertamente propagar que não servem para nada. Será que o patrão lhe daria aumento anual ou mesmo apenas a reposição da inflação com o pensamento na cabeça de que o aumento da massa salarial é prejudicial para a economia??? Chance zero!!!

Ora, querido Estadão, o que o Brasil vivenciou nos últimos anos é a comprovação de que a tese de vocês não passa de uma tática oportunista na defesa de seus interesses comerciais. Sim, somente com aumento da massa salarial, temos aumento do consumo, da produção e, por fim, dos investimentos, e o aumento dos investimentos na produção é a única forma honesta de se combater a inflação. A tática fácil e covarde de se combater a inflação com arrocho e desemprego, defendida pelo PIG e praticada pelos tucanos naqueles terríveis anos em que governaram o país, nunca mais será a opção do povo brasileiro.

E tem mais!!! Nem o salário mínimo escapa da maldade dessa gente. Sim, eles querem estender o arrocho no salário dos trabalhadores, O Globo e Estadão em particular, até mesmo para o salário mínimo. Sabe aquela lei que acabou de ser aprovada no final do ano passado pelo congresso e que garante aos que recebem o salário mínimo a reposição da inflação do ano anterior mais o resultado do PIB de dois anos atrás??? Vejam o que tem a dizer os dois jornais citados:

Trecho do editorial do jornal O Globo de 09/03/2011 discutindo a política de reajuste do salário mínimo:
Na legislatura passada, o Congresso seguiu essa fórmula, mas não a transformou em lei, iniciativa que agora a presidente Dilma resolveu pôr em prática, obtendo a sua primeira grande vitória na Câmara e no Senado. A fórmula tem prazo de validade (até 2015), o que é correto, pois chegará o momento que a indução do salário mínimo poderá se transformar em uma armadilha contra o próprio esforço de redução da pobreza, ao fomentar a indexação, além de conflitar com a evolução do mercado de trabalho. Vale observar que ainda há 13 milhões de famílias dependentes de subvenções mensais do programa Bolsa Família e que somente ultrapassarão de fato a linha da pobreza quando estiveram inseridas em atividades econômicas viáveis. A fórmula de reajuste do salário mínimo deve ser vista mesmo como uma solução apenas temporária, com data para terminar.
Trecho do editorial do Estadão de 12/04/2011, intitulado "O salário mínimo de 2012 exige medidas preventivas":
Numa visão prospectiva, podemos considerar que apenas uma forte redução dos gastos do governo poderá impedir que o novo salário mínimo se transforme em outro foco inflacionista. Naturalmente, o ideal seria reformar uma lei que na prática criou um sistema de indexação, e, pior, baseado no crescimento de dois anos atrás - mas, evidentemente, não pensamos que haja clima para isso num Congresso dominado pelo PT.
Parece inacreditável a cara de pau dessa gente em ir sempre contra os interesses dos trabalhadores, mas é a mais pura realidade. Se eles puderem tirar uma caixa de leite da mesa de uma família brasileira não pensam duas vezes. Isso é o neoliberalismo.

E aí, tem alguém com saudades do PSDB???

Abraços, Passarinho Pentelhão.

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