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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Na Europa, o povo vai às ruas. Saúdo essa luta por direitos e qualidade de vida (19mai2011)

Artigo de Mauro Santayana no JB Online e publicado hoje no sítio Conversa Afiada aponta para, finalmente a única (a meu ver) forma de se fazer um contraponto ao domínio "mão do mercado". Na verdade, mãos e bolsos cada vez mais cheios de políticos e banqueiros. A velha história: quando há lucro, este fica em mãos privadas; quando há prejuízo, este é socializado e coberto com dinheiro público.

Daí políticas que colocam populações inteiras a nocaute. Vêm as nossas conhecidas "reformas" (aumento da idade de aposentadoria, redução do Estado, privatização a toque de caixa etc.) implementadas fortemente nos governos FHC e com alguma continuidade nos governos Lula. Este último, pelo menos, conseguiu algumas conquistas muito interessantes na área social. Mas não deixou os banqueiros, os empresários e os ricos em má situação. Tanto é que Dilma teve um financiamento de campanha bem maior do que seus concorrentes. Quem financiou?

Agora o FMI e a União Europeia cobra de Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, entre outros, a implementação dessa política suicida de cortar gastos sociais, fazer as manjadas "reformas" e garantir a segurança do sistema financeiro. É o dinheiro, o lucro, o maior enriquecimento de quem já é exageradamente rico, em detrimento dos empregos e do bem-estar social. Cortes nos gastos com previdência, saúde, educação. Privatização, privatização, privatização... Saúde privada, educação privada, segurança privada... Assim, mesmo quem tem emprego perde qualidade de vida ao ter que pagar por coisas a quem todos devem ter direito e que devem ser garantidas pelo Estado.

Nós, no Brasil, conhecemos esse esquema. A mídia trabalha incessantemente para gerar sensação aumentada de insegurança. Ganha a indústria da segurança. Os poucos hospitais públicos não têm os recursos de que necessitariam. Privatizam-se os hospitais municipais, estaduais e federais (hospitais universitários inclusive). Ganha a indústria da "saúde complementar", os planos de saúde privados e inchados de dinheiro. Acabam com a qualidade das escolas públicas, desqualificando os professores, deixando as escolas em precário estado físico, tornando-as inóspitas, desagradáveis. Ganha a indústria da educação privada. Assim nossos salários, não reduzidos em termos absolutos, são reduzidos de fato, com parcelas cada vez mais substanciais deles sendo reservadas para essas despesas, tirando-nos a possibilidade de desenvolver atividades outras, de cunho cultural e de lazer.

Por isso, fico na expectativa de que os povos realmente saiam às ruas para mostrar que países são feitos de pessoas, e não de finanças, balanços, PIBs e lucros. O Homem tem que reassumir seu papel como sujeito dos acontecimentos. A cooperação, a ética e a solidariedade são os verdadeiros valores que devem ser defendidos. E com eles, a PAZ!

Abaixo, apresento somente um dos parágrafos do artido de Mauro Santayana, e remeto o leitor para o sítio do Paulo Henrique Amorim, onde o mesmo pode ser lido na íntegra. Para isso, basta clicar aqui.
Por mais que os meios de comunicação finjam não perceber o que tais manifestações anunciam, o povo está começando a sair às ruas, e às ruas sairão, em todas as latitudes e longitudes, em busca de uma vida mais humana. As instituições estatais não podem continuar a serviço dos mais fortes, nessa promiscuidade escandalosa entre os que dominam o capital financeiro e os que ocupam os governos. Os grandes jornais norte-americanos não noticiam, como deveriam,  os movimentos que, de forma discreta, por enquanto, começam a surgir naquele país, protestando contra a crescente e insuportável desigualdade social. (Mauro Santayana)

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