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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

domingo, 15 de maio de 2011

Mais um estudante de Geologia morto pelo regime militar (15mai2011)

O Conversa Afiada, sítio do jornalista Paulo Henrique Amorim, publica trechos do discurso proferido por Luiz Cláudio Cunha, na cerimonia de diplomação de Notório Saber em Jornalismo, na Universidade de Brasilia, no dia 9 de maio. A matéria intitula-se "Professor de notório saber exige o fim da Anistia" (ver aqui).

Chamou-me a atenção a citação que o professor Luiz Cláudio, falando sobre as atrocidades do golpe de 1964, faz do estudante de Geologia da UnB Honestino Guimarães.
Presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília, foi preso pelo Exército e expulso da universidade por reagir à invasão do campus da UnB em 1968. Caiu na clandestinidade com o AI-5, chegou à presidência nacional da UNE e foi preso em outubro de 1973.
Mais um estudante de Geologia lutando por ideais políticos (veja aqui postagem com outro caso), pela democracia e liberdade de expressão, contra um regime que por muitos anos roubou do povo a cidadania e o direito de expressar seus pensamentos livremente.
Lá, no sul do Pará, Honestino foi executado e enterrado na selva pelas tropas que combatiam a guerrilha do Araguaia. Honestino desapareceu aos 26 anos, mas o hoje coronel-aviador da reserva (R-1), com nome, sobrenome e endereço conhecido, circula sem chamar a atenção por Brasília, sem que nenhum jornalista se aproxime dele para fazer uma simples e básica pergunta: − Coronel Jonas, o que aconteceu com Honestino?
Afirma o professor, e concordo com ele, que o Supremo Tribunal Federal teve a oportunidade de lavar as feridas feitas pela ditadura militar (segundo Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile, também torturada durante a ditadura militar naquele país, "só as feridas lavadas cicatrizam") e, vergonhosamente, abriu mão de considerar inconstitucional a Lei da Anistia aprovada pelo governo em agosto de 1979.

Recomento a leitura, pois nossa memória não pode ser apagada. Não deve ser amortecida, sob pena de vermos a volta desse tipo de violência a qualquer soluço de desagrado de militares e da elite brasileira (a da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", lembram?).

Acho que já escrevi há alguns anos que entendia a Anistia como um mal necessário para pôr fim à ditadura militar. Certamente eu estava "lobotomizado" pela grande mídia. Faz um bom tempo que me afastei das informaões dos grandes meios de comunicação, e acredito que isso tem feito bem para minha visão de mundo. Hoje vasculho a internet à caça de informações mais confiáveis.

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